Sopa de Espargos com Iogurte

Estamos no Verão e nada melhor que sopas e saladas.
Esta receita é muito agradável (e eu gosto muito de espargos) pois a sopa, que não necessita de ser servida muito quente (pouco mais que morna), faz um excelente contraste com o iogurte frio. 
Vamos a contas.
Ingredientes

7,5dl de bechamel
2 embalagem de espargos frescos (± 800g)
2 colheres de sopa generosas de parmesão ralado
Iogurte natural q.b.
Sal, pimenta q.b.

Para o Bechamel (7,5dl)
45g de manteiga ou margarina
45g de farinha
7,5dl de leite
sal, pimenta e noz-moscada q.b.

Preparação
Faça um bechamel com a manteiga, a farinha, o leite, o sal, a noz-moscada e a pimenta.  Reserve.
À parte coza os espargos previamente arranjados (limpos).
Depois de cozidos leve à liquidificadora com o caldo da cozedura na quantidade necessária para trabalhar os legumes. Reserve o restante caldo.
Passe o creme de espargos para a panela onde vai fazer a sopa, acrescente o bechamel e corrija com o restante caldo mexendo sempre até levantar fervura em temperatura média. Retifique a quantidade de caldo para ter a consistência desejada e corrija temperos.
Junte duas colheres de sopa generosas de parmesão ralado no momento, mexa e retire do lume logo que comece a ferver.
Sirva a sopa com uma colher de sopa de iogurte natural depois de batido. O Iogurte deve ser servido à temperatura do frigorífico.
Não se esqueça que esta sopa pede um copo de branco seco a acompanhar e , sobre tudo, coma devagar...

Férias em Itália



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De regresso depois de um excelente (e um pouco cansativo por causa do calor) passeio por Itália. Um percurso feito entre Veneza, Florença, Siena, Cinque Terre e Bolonha, recorrendo aos transportes locais e que me deixou agradavelmente surpreendido ao poder confirmar localmente a eficiência dos serviços públicos italianos. Parece que, de facto, aqui a economia e a administração funcionam para além e independentemente da política. 



Da onírica Veneza que dizer, para além de que está sempre bela e sempre cheia de turistas. Optámos por passear muito a pé e por fugir, e nem sempre é possível, ao percurso turístico mais batido. Por isso visitámos alguns dos bairros onde os Venezianos vivem - Sestieri Castello pela Via Garibaldi, San Pietro e sua Isola, San Polo, Dorsoduro, o mercado e também, por sorte, uma festa popular... e respectivas Fondamentas. Veneza conta-nos várias histórias mesmo nos bairros sociais com as suas roupas coloridas penduradas a secar em cordas que atravessam os becos transversais à Via Garibaldi. Por aí há poucos turistas e como os canais nos acompanham ao longo do passeio podemos sempre parar e beber uma birra numa esplanada de venezianos, a olhar o movimento dos barcos. E quando o cansaço aperta e as deslocações são maiores, vamos de vaporeto; vale a pena comprar um bilhete diário e sair onde nos apetece e voltar a entrar as vezes que forem necessárias, sem esquecer de ir ao Lido ver o mar. Temos a certeza que muito ficou por ver e sentir; partimos com a inconfessada esperança de que talvez haja um dia de regresso.


Florença. Visitas programadas apenas a ansiada Galleria degli Uffizi e a Galleria dell'Accademia. Como a primeira visita estava marcada para o dia seguinte acabámos por ir ao Palazzo Pitti logo que chegámos, até para fugir ao calor. Florença é arte e como se não chegasse, em acumulação com o planeado, decorria uma exposição temporária, nos vários locais visitados, de tema "Caravaggio e dei caravaggisti". Ao entrar na primeira sala do Palazzo Pitti dou de caras com o "Baco" de Caravaggio que me tira a respiração e me deixa um nó na garganta. Não tive coragem para me mexer durante o breve minuto que levei a recompor-me, de olhos esbugalhados e a respirar fundo. E foi assim durante dois dias; um excessivo banho de beleza excessiva. Mas ainda tivemos tempo para longos passeios a pé e para nos metermos pelas ruas estreitas à procura das Osterie dei fiorentini. E, finalmente, aproveitámos a ocasional oportunidade de assistir a um bom espectáculo musical com Dalla e De Gregori, ao ar livre, in una calda notte, na Piazza Santa Croce. Boa maneira de nos despedirmos de Florença.


Siena. Calhou assim; visitámos Siena nos dias da Festa do Pálio. A cidade regurgita gente, os Bairros estão em festa e andam pelas ruas a mostrar os seus trajes e cavalos. O calor aperta e refugiamo-nos nos gelados, sempre bons. A Piazza del Campo está preparada para a luta de cavalos e cavaleiros e aí estivemos entre milhares que não arredam pé até os derradeiros minutos da corrida. À noite comemora-se em jantares colectivos ao ar livre. Mas é bom não esquecer de visitar o Duomo que é lindíssimo e a sua Libreria Piccolomini. Foi diferente; aqui a cultura anda pelas ruas. Valeu a pena.


Cinque Terre. Visitar Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare, as cinco localidades alcandoradas na costa escarpada da Liguria e que fazem parte do Parque Natural Cinque Terre. Uma pausa nos percursos artísticos de Itália aqui substituidos pelo confronto com a natureza. E surpreendem-nos, também, estas povoações de difícil acesso, construídas como que para fazer a demonstração da persistência humana, capaz de viver em locais aparentemente agrestes, transformados agora em locais de visita obrigatória para ecologistas retardados e jovens de mochila às costas ansiosos por mudar o mundo. Obrigatório fazer as viagens de barco entre as várias localidades e aproveitar para ir a Portovenere. Um bilhete diário dá para tudo. E não perdemos o passeio da Via dell'Amore entre Riomaggiore e Manarola. É bonito e fácil; muito melhor se for de manhã cedo, quando há poucos turistas, como nós fizemos.


Bolonha. Último destino para passear mais devagar, fazer compras (opção) e apanhar o avião de regresso. A cidade das arcadas. Quilómetros e quilómetros de arcadas que no centro - Via de L'Independenza até à Piazza Maggiore e continuação até à Piazza Cavour - estão repletas de um comércio rico, de belas montras e grandes marcas. Na Piazza Maggiore vale a pena visitar a Collezioni Comunali d'Arte (Palazzo Comunale) e o Museu Morandi; tudo gratuito o que em Itália é uma excepção. No final da tarde sentámo-nos num dos cafés das arcadas da Piazza Maggiore a beber uma cerveja e a olhar o movimento. À noite iria aí decorrer uma sessão integrada num ciclo de cinema italiano promovido pela cinemateca. Boa ideia para o Verão! Ainda espreitámos; estavam a passar o "La Dolce Vita" do Fellini com legendas em francês. Vale a pena tentar apanhar o ambiente da zona universitária passeando pela Via Zamboni, passando pelo Teatro Comunale e explorando praças e transversais. Obtem-se uma bela vista geral e final de despedida de Bolonha indo aos Giardini Regina Margherita, o que é possível viajando nos City Red Bus. Autocarros que fazem uma viagem de 1 hora por toda a cidade, com saídas e entradas livres, no período de um dia, por 10€. Gostámos de Bolonha. Uma cidade aberta onde se respira a juventude da sua universidade.


Este ano não fazemos mais importações.

Tagliatelle de peixe ou marisco

Esta receita é muito flexível pois pode fazer-se com vários tipos de peixe ou marisco ou mesmo uma mistura de ambos. E fica sempre bem...
Também podem incluir-se várias verduras desde o alho francês aos espinafres, passando pelo aipo-nabo.
As minhas duas últimas experiências foram feitas com bacalhau previamente demolhado e confitado ao qual juntei alguns camarões, e salmão fresco a que também juntei camarões.


Vamos ao bacalhau (seis doses).
Azeite, sal e pimenta q.b.
1 chalota
1 dente de alho
1 alho francês
1dl de vinho branco seco
1 pacote de natas
2 lombos de bacalhau confitado
12 camarões grandes ou gambas
1 pacote 500g de tagliatelle com ovo, fresca



Comece por fazer um refogado com um fio de azeite, uma chalota picada e um dente de alho laminado. Deixe cozer 2 minutos e junte um alho francês cortado fino; deixe cozer em lume brando pois não precisa de alourar.
Quando o alho francês estiver cozido abra o refogado com um pouco de vinho branco (até 1dl) e deixe evaporar. Tempere com sal e pimenta de moinho e junte um pacote de natas (200g) e deixe ferver um minuto em lume brando.
Entretanto já deve ter o bacalhau confitado devidamente lascado e sem espinhas - 2 lombos - o que pode ser feito de véspera. Os camarões devem ser cozidos e descascados previamente e podem ficar inteiros ou cortados aos pedaços. Como utilizei camarões grandes optei por os esmagar (só um pouco, para não ficarem desfeitos) com uma pressão feita lateralmente com a faca e depois cortei-os ao meio. Para confitar o bacalhau ver aqui.
O refogado com as natas está pronto e temperado; está na altura de lhe juntar o bacalhau e os camarões e envolver.
Por fim juntar a tagliatelle cozida al dente, o que para uma massa fresca demora aproximadamente 4 minutos. Envolva e sirva de imediato polvilhado com duas colheres de salsa picada. Excelente...
Pode repetir-se tudo substituindo o bacalhau por cubos de salmão fresco salteados, acrescentar ao refogado quatro fatias de aipo-nabo finamente cortadas em juliana, ou ainda juntar uma boa dose de espinafres salteados. Para refeições mais requintadas pode optar-se por lombos de lavagante ou lagosta laminados.
A imaginação e o orçamento são o limite!

Formigas (na cozinha)


Acrilico sobre tela 60X50cm, 2010.

Citação

Manuel Maria Carrilho no DN de hoje:

(...) o desporto, na forma que hoje conhecemos, só surge no século XIX, tendo-se desde então tornado num fenómeno só comparável à religião, nomeadamente pelo modo como se impôs como uma referência global incontornável a todos os povos, sexos e idades.
O melhor mesmo é ler este muito oportuno e interessante texto sobre desporto e em particular sobre futebol, aqui.

Bobó de Camarão

O Bobó de camarão é um prato afro-brasileiro muitíssimo vulgar em terras baianas e que já se vai encontrando por cá com alguma frequência. Consiste num creme de mandioca, também conhecido como aipim, com camarão fresco, leite de coco, azeite de palma (dendê) e, nalgumas versões, amendoim e castanha do Pará (dita castanha do Brasil) torrados e moídos. Esta receita foi obtida depois de uma pesquisa por blogs brasileiros de gastronomia e respectivo balanço conclusivo. Experimentei esta versão que me pareceu simples e que resultou bem. Os portugueses não estão habituados ao gosto da mandioca e do dendê mas, posso assegurar-vos, neste prato resulta excelente.

           


Ingredientes 
2kg de camarão
1kg de mandioca (metade do peso do camarão)
3 Chalotas picadas
4 Colheres de sopa de azeite
500g tomate sem pele nem sementes cortado aos pedaços
2 Colheres (sopa) de coentros picados
1 Lata de leite de coco
2 Colheres de sopa de óleo de palma
Sal e pimenta q.b.

Preparação
Descascar os camarões e reservar. Fazer um caldo aromático com as cascas e cabeças.
Descascar a mandioca retirando a fibra e cozer no caldo aromático de camarão.
Bater a mandioca no liquidificador ou com a varinha mágica, juntando um pouco de caldo de camarão até ficar uma textura cremosa (± uma chávena de caldo para cada quilo de mandioca). Ter em atenção que a massa de mandioca é muito densa, podendo ser difícil de bater no liquidificador; deve fazer-se em pequenas quantidades de cada vez. Reservar a massa de mandioca.
Num tacho alourar a chalota com o azeite. Juntar o tomate e refogar bem. Acrescentar os camarões e os coentros. Temperar com sal e pimenta. Cozinhar em lume brando até que os camarões estejam cozidos. 
Juntar a massa de mandioca, o leite de coco e o óleo de palma. Cozinhar mexendo sempre até que levante fervura. Deve ficar cremoso mas não em demasia. Se necessário juntar um pouco mais de caldo (ou leite de coco, a gosto) até atingir a consistência desejada. Rectificar temperos.
Servir bem quente com arroz branco.

Frase para o mês

Na TV,  Mundial é fado
Sem pausas e sem sentido;
De tanto ficar sentado,
Deixa o corpo dorido.
Do barulho de fugir
Estou tão farto como tu.
Resta talvez pedir:




"Mete a vuvuzela no cu !"

Costeletas de porco preto grelhadas, feijão branco e cogumelos

Uma ligação perfeita que nos remete para a saborosa cozinha alentejana. Para 2 pessoas 300 g de costeletas de porco preto (desossadas) 400 g...