Toucinho do Céu de Murça

Esta receita de Toucinho do Céu é mais um caso da grande doçaria tradicional "ovos e açúcar".  É fantasticamente simples e fantasticamente boa. Um pecado para o corpo e um bálsamo para o espírito.


Receita original do livro “Cozinha Tradicional Portuguesa”

500g de açúcar
125g de amêndoas
125g de doce de chila
20 gemas de ovos
1 colher de chá de canela
2 colheres de sopa de farinha
Margarina

Pelam-se e ralam-se as amêndoas.
Leva-se o açúcar ao lume com um copo de água e deixa-se ferver até atingir o ponto de fio (103º C).
Junta-se o doce de chila e deixa-se ferver mais 2 ou 3 minutos.
Adicionam-se as amêndoas raladas, que devem estar bem enxutas e leva-se novamente ao lume para fazer um ponto de estrada muito fraco (o fundo do tacho deve ver-se rapidamente).
Retira-se o doce do lume e, depois de arrefecer um pouco, junta-se as gemas, que engrossarão ao lume, sem que no entanto o doce ferva. Deixa-se arrefecer ligeiramente.

Unta-se com margarina e polvilha-se com farinha uma forma rectangular de 20x30 cm, ou quadrada, com cerca de 1,5 litros de capacidade. Espalha-se uma colher de farinha sobre o fundo da forma e deita-se dentro o doce. Polvilha-se a superfície com a outra colher de farinha e lava-se a cozer em forno bem quente (200ºC a 250ºC)

O toucinho-do-céu está cozido quando se lhe  introduzir uma faca e esta sair quente e limpa. Desenforma-se.


Sacode-se o excesso de farinha, corta-se o toucinho-de-céu em fatias, passam-se por açúcar pilé e guardam-se numa caixa forrada com papel de seda recortado com a tesoura.

Dicas:
1. É suficiente aquecer o forno a 200ºC. Mais quente pode queimar um pouco por cima, mesmo que a camada de farinha a cobrir o doce seja generosa.
2. Cubra o doce com mais que uma colher de farinha. Aconselho duas, espalhadas uniformemente.
3. Depois de cozer e arrefecer um pouco, limpe o excesso de farinha cuidadosamente com uma trincha (dos dois lados).
4. O toucinho do céu aguenta-se bem, por vários dias, no frigorifico, bem envolto em açúcar e dentro de um tupperware.

As Pizzas do Chefe Avillez

Abriu, há algumas semanas, a Pizzaria Lisboa,  na Rua dos Duques de Bragança, 5H
Horário: segunda a sexta das 12h30 às 15h e das 19h30 às 00h | sábado das 12h30 às 16h30 e das 19h30 às 00h | domingo das 12h30 às 22h  Telf. 211554945.


Mais uma aventura do Chefe Avillez que vale a pela visitar. Logo abaixo do Cantinho do Avillez. Bom serviço e boas pizzas para várias bolsas a partir de 9,5€. Pode-se encontrar novos paladares e combinações. Para além dos clássicos temos também mozzarella de búfala,  burrata, manjericão, carabineiros, presunto de Chaves, corações de alcachofra, trufas... A sofisticação paga-se e os preços começam a subir. Os nomes das pizzas não podem estar mais de acordo: Fado, Bica, Alfama, Mouraria, Santo António, Graça, 28, Ladra, Figueira, Carmo, Madragoa, Liberdade, Sete Colinas, Castelo, Beato , Chiado, Descobrimentos, Garrett e Rossio. E, para variar, podemos experimentar uma fuga para  as saladas, massas, risottos e hamburgueres. Não vá à espera de grande cozinha; são pizzas...

Esparguete de berbigão com gambas




4-5 pessoas

300g de gambas
0,5dl de azeite de alho
raspa da casca de uma laranja
1 piripiri (facultativo)

1Kg de berbigão fresco
4 dentes de alho grandes
5 pés de coentros
1 fio de azeite
Sal q.b. (se o berbigão esteve mergulhado em água do mar não necessita de sal)

400g de esparguete
1 cebola média
2 tomates sem pele e limpos de sementes
2 dentes de alho
0,5dl de azeite
1 gole de vinho branco seco
1 colher de sopa de manteiga
Sumo de meio limão
4 pés de coentros picados
uma mão cheia de rúcula.

Sal e pimenta q.b.


Tempere as gambas depois de descascadas (deixe-lhes ficar a cabeça e o rabo) com sal, azeite de alho e raspa da casca de uma laranja. Se gostar junte um piripiri.
Abra o berbigão, depois de lavado, em azeite, alho e coentros. Retive os berbigões depois de abertos, coe o caldo que se formou e reserve. 
Salteie os camarões, com o seu tempero, num sauté, em lume forte. Reserve. 
Coza o esparguete “al dente”.
Num sauté puxe uma cebola picada com o azeite e o alho. Junte o tomate e deixe ferver mais um pouco. Acrescente um gole vinho branco seco, o sumo de limão e o caldo coado que ficou dos berbigões. Deixe ferver e reduzir um pouco. Adicione a manteiga. Assim que a manteiga derreter, junte e salteie a massa cozida. Junte os coentros picados, a rúcula lavada e o berbigão, misturando e combinando os ingredientes. Sirva quente com as gambas a enfeitar.

Coisas do dia seguinte


A não perder o novo Atellier-museu Julio Pomar na Rua do Vale 7, em Lisboa. Um edifício recuperado pelo arquitecto Siza Vieira, onde nos sentimos bem e podemos  apreciar, com calma, várias obras da colecção da Fundação Júlio Pomar. A entrada é gratuita.












Pregado simples no forno

Há momentos em que o que nos apetece mesmo são coisas simples e boas. E se falarmos de peixe (e gostarmos de peixe), quando ele é mesmo bom, de qualidade e bem fresco, então ele basta-se a si próprio. É nestes momentos que a simplicidade me parece uma virtude. Então, porque não segui-la?




Esta forma de cozinhar peixe pode aplicar-se a diversos tipos de peixe com todo o sucesso. Há anos, e pela primeira vez, comi na Horta, Faial, um fresquíssimo robalo de mar trabalhado assim que estava divinal. Esqueci o restaurante mas não esqueci o peixe...

A minha opção mais frequente passa por pregado - mas pode ser rodovalho - robalo ou dourada. É muito simples e rápido e no fim, oh! maravilha de peixe...



Pré aqueça o forno a 180ºC. 

Dê três golpes no pregado e tempere-o com sal, pimenta de moinho e sumo de meio limão. 
Lamine 4 ou 5 grandes dentes de alho e coloque dois a fazer de cama na assadeira. Regue-os com um pouco de azeite virgem e coloque o peixe em cima. Cubra o peixe com o restante alho e regue com mais azeite virgem. Leve ao forno até estar assado (20 a 25 minutos dependendo do tamanho do peixe).
Acompanhamento clássico de batata cozida e grelos.

Dica: a meio da assadura, se o peixe estiver a secar, pode regar com um gole de um bom vinho branco seco.

Doce de Abóbora Chila


Antes de fazer o Bolo Real faça o doce de Abóbora Chila - Receita da Cozinha Tradicional Portuguesa

1 abóbora chila
igual peso de açúcar da abóbora cozida
1 pau de canela
sal


 Parte-se a abóbora atirando-a ao chão (não se deve empregar a faca para esta operação porque transmite mau sabor ao doce). Com as mãos separam-se os diferentes bocados deixando-os ficar com a casca. Tira-se-lhes a tripa e as pevides, tendo o cuidado de não deixar qualquer bocadinho de filamentos amarelos e sem lhe tocar com objectos metálicos. Introduz-se a abóbora em água fria abundante e esfregam-se os bocados mudando várias vezes a água. Repete-se esta operação até a abóbora deixar de fazer espuma. Deixa se ficar de um dia para o outro em água limpa.


Num tacho de esmalte, leva-se a abóbora a cozer em lume forte, introduzindo-a a pouco e pouco na água a ferver e temperada com sal.
Quando a casca se separar facilmente, escorre-se.
Passa-se a abóbora por água fria e com as mãos separam-se os fios o melhor possível. Escorre-se num pano e pesa-se.



Toma-se igual peso de açúcar, junta-se um pouco de água e a canela e deixa-se cozer até se obter uma calda espessa (115° C). Junta-se a abóbora e deixa-se ferver, mexendo constantemente até fazer estrada.
Deita-se o doce em frascos e tapam-se com papel celofane.

Bolo Real

É real e espectacularmente bom. Uma receita que vai beber às terras alentejanas mas que aqui é apresentada sob roupagens requintadas.



Para 10-12 pessoas

260g de amêndoa moída sem casca
4 ovos inteiros
8 gemas
260g de açúcar
300g de doce de chila

Para polvilhar

amêndoa sem casca picada ou granulada q.b.
açúcar em pó q.b.


Prepare um tabuleiro de aproximadamente 33x21cm e forre-o com papel vegetal bem untado com manteiga e polvilhado com farinha.

Pré aqueça o forno a 180ºC.

Comece por preparar a chila escorrendo o doce para lhe tirar a maior parte da calda. Pode fazê-lo usando um coador de rede fina sobre uma taça, onde coloca o doce de chila amornado para que liberte a calda. Tente soltá-lo com uma espátula e vá juntando as fibras de chila enquanto a calda escorre. Reserve.

Bata o açúcar com os ovos e as gemas até ficarem bem fofos e claros, aumentando bastante de volume.
Junte a amêndoa moída, mexa um pouco mais e,  por fim, acrescente a chila e envolva bem com uma colher. Coloque no tabuleiro e leve ao forno pré aquecido tendo o cuidado de vigiar para que não aloure em excesso. Se necessário baixe o formo para 160ºC. Faça o teste do palito aos 25 minutos.

Entretanto prepare a cobertura misturando muito bem o granulado de miolo de amêndoa com o açúcar em pó. (Dica: fica ainda melhor se juntar uma colher de sopa de miolo de amêndoa moída).

Retire o bolo do forno e deixe arrefecer um pouco para desenformar. Depois de frio corte aos cubos, coloque num prato para servir e polvilhe com a amêndoa e açúcar preparados.



Coisas do dia seguinte

Quem gosta de uma gosta da outra? 

A versão original é de 1951. "Non Dimenticar" interpretada por Sinvana Mangano no filme "Anna", realizado por Alberto Lattuada. Letra de Michele Galdieri e música de  P.G. Redi.



A versão de Nat King Cole é de 1958 - "Don't Forget"




Folhado de peru (ou empadão)

Folhados e empadões de carne, venham eles!

Para os recheios prefiro aves e podem aproveitar-se sobras de carne já cozinhada, que se for bem preparada não fica nada mal. 
Quando faço peru assado, desta ou de qualquer outra forma, normalmente faço um pouco mais, para que sobre, pois já estou a pensar no que vou fazer alguns dias depois. Posso mesmo congelar um pouco de peru assado, durante alguns dias, para fazer um folhado ou empadão na semana seguinte.
Aqui deixo imagens de dois exemplares feitos com o mesmo tipo de recheio, mudando apenas a massa utilizada (e eventualmente o formato). No primeiro caso com massa folhada e no  segundo com massa para empadas; mas também se pode fazer com massa quebrada.


Para um folhado (4-6 pessoas)

500 a 600g de peru assado e desfiado

2dl de Vinho Branco seco
1 Cebola média
300g de Cogumelos laminados
1dl de Azeite
1 Alho Francês
1 Folha de louro
1 Colher de sopa de farinha
Sal e pimenta q.b.
500g de massa folhada
1 ovo para pincelar a massa


Num tacho grande picar a cebola e juntar ao azeite. Deixar cozer em lume médio. Estando a cebola cozida, juntar os cogumelos, o alho francês cortado em rodelas finas, a folha de louro e temperar. Deixar cozer em lume médio até apurar. Levantar o lume e juntar o vinho branco; deixar evaporar. Retirar a folha de louro, engrossar o molho com a farinha e rectificar temperos, após o que deve cozer 10 minutos em lume brando. Se necessário juntar um pouco de água para não secar. Juntar a carne de Peru e envolver. Está pronto. 





Antes de rechear estenda a massa folhada em rectângulo. Coloque a massa sobre um pano esticado e coloque o recheio a meio. Pincele as bordas da massa com gema de ovo. Dobre primeiro as extremidades da massa para dentro do rectângulo. Dobre de seguida um dos lados do rectângulo da massa sobre o recheio e com a ajuda do pano faça-a rolar sobre o outro lado.
Pincele com o resto da gema de ovo. Leve ao forno a 180ºC até estar bem louro e cozido. Pode acompanhar-se apenas com uma salada variada o que faz uma excelente refeição de verão. 


Não consigo decidir sobre o que gosto mais, se de massa folhada, se de massa de empada.

Para a massa de empada pode utilizar os seguintes ingredientes

500 g farinha
240 g margarina
1 ovo
2 dl água
1 pitada de sal





Deite a farinha numa tigela e faça um buraco ao centro. Deite nele a margarina, o sal, o ovo e um pouco da água. Amasse tudo muito bem e se necessário vá juntando o resto da água aos poucos. Trabalhe bem a massa. Cubra com um pano húmido e leve ao frigorífico durante uma hora.

Estenda a massa e dê-lhe a forma desejada.

Costeletas de porco preto grelhadas, feijão branco e cogumelos

Uma ligação perfeita que nos remete para a saborosa cozinha alentejana. Para 2 pessoas 300 g de costeletas de porco preto (desossadas) 400 g...