Douro em Setembro II

Ainda por terras do Douro...

Para ir ao Restaurante DOC é preciso passar pela Folgosa, na estrada marginal, junto ao rio, entre a Régua e o Pinhão. É um dos percursos panorâmicos mais belos do Douro.

O Chef Rui Paula pratica uma cozinha superior e almoçar ou jantar no DOC é uma experiência de excepção. A não perder.

Provámos um extraordinário Menu de Vindimas que ultrapassou largamente tudo o que eu pudesse imaginar. 


A noite estava quente e foi possível jantar na esplanada a olhar o rio através do reflexo das luzes do lado de Covelinhos. Inesquecível!

Foto retirada do site do Restaurante

Douro em Setembro I

Este espanto perante as terras do Douro em Setembro. Vive-se a terra que transborda em cores, sons, aromas e sabores. É urgente ir ao Douro sentir esta vida que se renova todos os anos.

O Douro







A memória - Museu do Douro (foto de Georges Dussaud)

O que a terra nos dá - o trabalho e a pausa 





As Quintas e as Adegas





Polvo à Lagareiro

A questão prévia é saber se podemos fazer Polvo à Lagareiro sem levar o polvo à grelha. Qualquer solução mais expedita, para fazermos em casa, terá sempre que se confrontar com esta duvida: a qualidade mantém-se ou esta alternativa não vale a pena? Eu acho que vale muito a pena e que fica igualmente saboroso.

Para 4 pessoas

1 polvo fresco de 1 a 1,2kg
1 cebola nédia
1 folha de louro 
1 fio de azeite

1kg de batatas pequenas para assar
10 cebolas pequenas para assar
sal, azeite, vinagre e alho




O polvo deve ser comprado fresco, ser bem limpo e previamente congelado.
Pré aquecer o forno a 180°C.

Descongele o polvo, passe-o por água e coza-o, sem água nem sal, numa panela de pressão rápida, juntando 1 folha de louro, uma cebola e um fio de azeite. Conte 15 minutos desde que a panela atinge a pressão. Retire do lume e reserve.

Lave bem as batatas e coza-as com casca. Depois de cozidas dê um pequeno murro, para que abram, em cada batata. Coza também as cebolinhas. 

Escorra o polvo do caldo formado, corta os tentáculos e coloque-os numa assadeira para ir ao forno polvilhando com sal. 

Junte as batatas e as cebolinhas cozidas ao polvo, na assadeira. Tempere tudo generosamente com azeite e alho picado. Junte um gole de vinagre. Leve ao forno por 20 minutos a 180°C. É só comer e deliciar-se.

Dica: As batatas e as cebolinhas podem ser assadas no micro ondas. Lave bem as batatas e as cebolinhas sem lhes tirar a casca, pique as batatas previamente com um garfo e tempere tudo generosamente com sal. Leve ao micro ondas num pirex largo com tampa e conte 1 minuto por cada batata; ao total acrescente mais um minuto. 
Por exemplo: 12 batatas dá 12 minutos, mais 1, dá 13 minutos no total. Tão simples como isto. 

Bolo de laranja e chocolate




Para o bolo
250g de manteiga
250g de açúcar
250 g de farinha
5 ovos
1 laranja

Bata muito bem a manteiga amolecida com o açúcar. Separe as claras para uma taça e junte as gemas uma a uma batendo sempre, o sumo da laranja e a casca raspada de laranja. Envolva tudo.
Junte a farinha e volte a bater. Finalmente bata as claras em castelo forte e junte envolvendo delicadamente.
Vai ao forno a 170ºC em forma sem buraco untada com manteiga e polvilhada de farinha.

Recheio de compota de laranja
Leve ao lume, a ferver ligeiramente, 4 generosas colheres de sopa de compota de laranja com 3 colheres de sopa de água, para obter um calda mais fácil de espalhar e ser absorvida pelo bolo.
Depois de frio corte o bolo transversalmente e barre generosamente a parte de baixo com  a compota assim obtida. Deixe absorver um pouco e cubra com a parte de cima do bolo.


Prepare uma Cobertura de chocolate.

250g de chocolate preto
200g de leite condensado cozido
4 colheres de sopa de natas

Derreta o chocolate no micro-ondas e mexa até ficar bem macio.  Junte o leite condensado e mexa bem até ficar uma pasta densa e homogénea. Acrescente 3 colheres de sopa de natas e vá mexendo. A pasta de chocolate vai ganhando brilho e perdendo um pouco de densidade. Acrescente mais uma ou duas colheres de natas até encontrar a densidade adequada para a cobertura - fácil de moldar sem escorrer. Alise com uma espátula. Para alisar mesmo bem tem que ir molhando a espátula em água morna à medida que vai trabalhando a cobertura. Enfeite a gosto.


Bife de Espadarte em molho leve de vinho do Porto

Um dos mais nobres peixes e um dos mais nobres dos vinhos. Um casamento perfeito num prato que se pretende simples, mas que honra o palato dos apreciadores mais exigentes desta saborosa carne.


4 filetes de Espadarte, 
1 dente de alho
1 colher de chá de tomilho seco (pode utilizar-se fresco)
1 cálice de vinho do Porto (utilizei vinho do Porto branco)
6 colheres de sopa de natas
2 a 3 colheres de sopa de manteiga
Sal, pimenta da Jamaica e leite, q.b.

Compre 4 bifes não muito grossos de espadarte e coloque-os num tabuleiro onde vão ser temperados. Tempere com o alho esmagado, polvilhe com tomilho, sal e cubra tudo com um pouco leite. Vá virando os bifes para que agarrem os sabores e escorra-os ao fim de 15 minutos. 

Leve a manteiga ao lume num sauté, em lume médio e junte os bifes bem escorridos. Vire-os e, assim que estiverem cozinhados, retire-os para que não sequem e coloque-os num prato aquecido.
Junte no sauté, onde ficou a gordura, a marinada onde estiveram os bifes, e acrescente o vinho do Porto. Deixe ferver um pouco para apurar e retire do lume. Adicione as natas e um pouco de pimenta da Jamaica. Mexa bem, rectifique temperos e junte os filetes que devem voltar a ser aquecidos sem levantar fervura. Sirva, no prato aquecido, com puré ou bata cozida e um pouco de espinafres levemente salteados.

Couvada de Bacalhau

Sempre que faço Couvada de Bacalhau lembro-me do Restaurante Laurentina - "Rei do Bacalhau", que fica na Av Conde Valbom, em Lisboa, onde comi, pela primeira vez, esta forma tão simples e saborosa de enriquecer o bacalhau cozido. Trata-se apenas de um estufado ligeiro em azeite e alho. O deles, se não me engano, não vinha com grão, mas sempre que é possível eu sigo as minhas preferências.


Coza batatas, couves, bacalhau e grão nas quantidades desejadas. 

Se puder tente respeitar alguns princípios: 

. Utilize couve portuguesa
. Depois de demolhado, coza o grão à parte pois tem um tempo de cozedura muito diferente. Não utilize grão cozido de lata.
. Coza as batatas e a couve em conjunto e quando estiverem quase cozidos junte o bacalhau. O bacalhau só deve ter uma ligeira cozedura e deverá ser retirado logo que se veja a lasca.
. Depois de cozido escorra tudo muito bem e reserve o caldo de bacalhau.

Leve um tacho grande ao lume com um fundo generoso de azeite (1,5dl para 4 postas de bacalhau), uma folha de louro e um dente de alho laminado por cada posta de bacalhau cozido. 

Deixe alourar o alho e junte todos os ingredientes cozidos. Acrescente 3 ou 4 conchas do caldo de bacalhau, um gole de vinagre e, se quiser, um pouco de pimenta moída.

Tape o tacho e deixe levantar fervura. Agite um pouco de vez em quando e pode acrescentar um pouco mais de caldo, se necessário, e rectificar temperos.

Sirva no tacho ou transfira para uma taça grande com tampa. Sirva logo para não arrefecer.

Preocupo-me, logo existo !

Sai de cartaz do Cinema São Jorge dia 8 de Setembro e é pena. Uma excelente hora e tal com Diogo Infante a falar-nos, em tom irónico e provocador, sobre os nossos tabus e demais  absurdos da vida.


Pena igualmente que, sendo um texto tão actual e tão urbano, tivesse uma plateia onde a média das idades andava generosamente acima dos cinquenta. Terá sido só nessa sessão? Deveremos atribuir a isso algum significado?

Olhar o Tejo e tudo

Agosto está a terminar e o fim de semana foi para olhar o Tejo e revisitar Lisboa.

Agora há vida no Arco da Rua Augusta, o que permite outro olhar sobre o rio e a cidade. 







Alargando o percurso, pode-se continuar a lavar o olhar na Exposição do CAM da Gulbenkian "Sob o Signo de Amadeo - Um Século de Arte" que decorre até 19 de Janeiro.


Com um pouco de sorte, como foi o caso, pode ser que se cruze com as filmagens de "As Variações de Giacomo", um filme sobre Casanova que conta com John Malkovich no papel principal e que está a ser rodado em vários locais de Lisboa, aqui, no Teatro Nacional de São Carlos.





Lisboa está cheia de surpresas.

SS de amêndoa


Os SS de amêndoa são especialmente venerados no Ribatejo, particularmente  em Alpiarça onde são considerados doce regional. Podem no entanto encontrar-se noutras regiões do país.
A ultima vez que passei em Alpiarça não lhes resisti e deu para confirmar: são deliciosos...
A receita pode ter ligeiras variações. Esta é a que eu pratico e não desilude.



250 g amêndoa com pele
250 g de açúcar
1 colher de chá de canela
2 colheres de sopa de manteiga
3 claras
1 colher de sobremesa de farinha

Para tender os SS utilize a proporção de 1 colher de farinha para duas de açúcar e uma colher de chá de canela.

Mói-se a amêndoa com a pele, juntam-se e misturam-se todos os ingredientes num tacho e leva-se a lume médio, a cozer, mexendo sempre sem deixar pegar.
Quando a massa estiver cozida (começar a descolar um pouco e ter adesão suficiente para puder juntar-se e retirar do tacho para um prato grande) , deixa-se arrefecer.
Tendem-se os SS enrolando porções de massa com as palmas das mãos ao mesmo tempo que se passam pela mistura de farinha, açúcar e canela. 

Levam-se ao forno a cozer a 180°C por ± 10 minutos. Os SS endurecem depois de frios. Quanto mais tempo estiverem no forno mais endurecem. Faça uma primeira experiência com o seu forno e retire-os ainda moles.

Cocos


250g de açúcar
250g de coco ralado
4 ovos
30g de miolo de amêndoa (moído fino)



Preaqueça o forno a 180°C.

Batem-se os ovos com o açúcar, junta-se o coco ralado e posteriormente o miolo de amêndoa. Envolve-se tudo muito bem.

Com uma colher de sopa fazem-se pequenos montes de massa num silpat, ou em folha de papel vegetal, que se leva ao forno por ± 10 minutos a 180°C. Em alternativa pode usar formas de papel frisado. O bolos devem ficar húmidos por dentro.

Retiram-se do forno quando estiverem dourados e deixa-se arrefecer um pouco. Levantam-se com uma espátula e colocam-se num prato grande.

Dá para ± 30 bolinhos.

Costeletas de porco preto grelhadas, feijão branco e cogumelos

Uma ligação perfeita que nos remete para a saborosa cozinha alentejana. Para 2 pessoas 300 g de costeletas de porco preto (desossadas) 400 g...