Couve Gratinada


Um óptimo prato de Inverno, que pode ser comido a acompanhar carnes ou servido como prato principal se carregar um pouco mais no bacon. Uma boa forma de dar um toque especial a uma refeição.

Com base numa receita do excelente livro "Cozinhar com vegetais"


Corte a couve em quartos e retire o talo central. Introduza-a em água a ferver temperada com sal, até estar macia. Passe por agua fria, escorra bem e pique a couve com a faca. Ponha a escorrer.
Entretanto, aloure no azeite as cebolas, os alhos picados e o bacon em quadradinhos. Adicione a couve e o louro e deixe cozer até obter uma espécie de compota. Junte a hortelã em tirinhas. Polvilhe com a farinha, envolva, deixe cozer um pouco, regue com o leite e coza um pouco mais.
Fora do lume, adicione as gemas, rectifique o tempero e junte as claras em castelo. Deite o preparado num recipiente que vá à mesa e ao forno, polvilhe com o queijo e leve a forno bem quente (200°C) até obter uma superfície dourada. Utilizei queijo parmesão ralado e ficou igualmente bom.  Sirva com carne assada.

1 couve lombarda
3 colheres de sopa de azeite
2 cebolas
3 dentes de alho
150 g de bacon
l folha de louro
l haste de hortelã
2 colheres de sopa de farinha
2 dl de leite
2 ovos
5 colheres de sopa de queijo gruyère ralado em fios
sal, pimenta e noz-moscada

Pé de porco com feijão branco

De vez em quando sabe bem regressar às origens: à boa e honesta cozinha tradicional portuguesa. Esta receita de pé de porco com feijão branco é típica da Beira Litoral e deve ser feita com um pé de porco inteiro (até ao joelho) aberto ao meio e salgado. Deve estar em  sal abundante durante 5 dias findos os quais deve ser lavado em bastante água.


1,5 kg de pé de porco inteiro
500g de feijão branco demolhado
1 cebola
2 colheres de sopa de azeite
1 colher de sopa de banha
1/2 ramo de salsa
1 folha de louro
1 colher de sopa de massa de pimentão
cominhos a gosto (pouco e facultativo)
sal

Os pés de porco devem ter estado em sal durante cinco dias. Lavam-se e raspam-se muito bem, cortam-se em bocados e cozem-se em água (sem sal) durante cerca de 4 horas. Se tiver uma panela de pressão rápida preveja 30 minutos ao fim dos quais desliga e deixa arrefecer. Coza os pés no dia anterior. Os pés de porco consideram-se cozidos quando a carne se separa dos ossos. Pode retirar os ossos maiores pois eles separam-se naturalmente. Reserve um pouco do caldo da cozedura.

Numa outra panela coze-se o feijão, previamente demolhado. À parte, faz-se um refogado com a cebola picada, o azeite, a banha, a salsa, o louro e a massa de pimentão. Quando este refogado estiver bem apurado, junta-se o pé de porco e o feijão. Deixa-se cozer durante mais meia hora, adicionando lentamente um pouco do caldo de cozer os pés de porco. Tenha em atenção o tempero do caldo pois este tem o sal libertado pela cozedura dos pés. Se necessário, corrija de sal.

Sirva com arroz branco.

Figos em vinho do porto com chocolate.

Bom, bom, bom!

O conceito é muito simples...

Utilize alguns figos secos de boa qualidade. Se estiverem achatados tente dar-lhes uma forma próxima do normal.

Coloque os figos no fundo de um tacho de dimensão adequada, com os pés para cima, e cubra-os com vinho do porto (ruby) a que juntou um pouco de açúcar, ficando apenas os pés de fora. Leve a lume brando e deixe fervilhar por alguns minutos até que os figos inchem sem amolecerem em demasia. Retire do lume e coloque os figos a escorrer, sobre uma rede, até que arrefeçam completamente.

Faça uma ganache de chocolate, em quantidade adequada para passar todos os figos, derretendo o chocolate e juntando-lhe um pouco de natas e manteiga até obter a textura adequada.

Pegue nos figos pelos pé e mergulhe-os na ganache mais ou menos até meia altura. Espete os figos num palito pelo lado do pé e deixe-os secar virados para cima. Para isso pode espetar a outra extremidade dos palitos num pão duro para que se mantenham direitos ou prendê-los num passador de rede.

O Natal aproxima-se... Experimente e surpreenda! 

Nota: Aproveite o vinho do porto e faça uma redução que pode guardar do frigorífico. 

Amarettis


com base numa receita do pâtissier Christophe Felder 

 São absolutamente deliciosos; de textura macia, húmidos por dentro, e com uma suave combinação de sabores de amêndoa e laranja.



140g de amêndoas sem casca bem moídas
175g de açúcar
50g de casca de laranja cristalizada picada muito finamente (ou moída - a minha opção)
2 Claras de ovos

50g de açúcar 
2 Claras de ovos
Açúcar em pó

Misture os primeiros quatro ingredientes em conjunto para produzir uma pasta. Bata as claras em castelo com 50g de açúcar e depois incorpore na massa anterior.
Usando uma colher, faça pequenas bolas de massa sobre papel manteiga ou silpat, polvilhe com açúcar em pó e deixe secar durante a noite ao ar livre.

No dia seguinte carregue um pouco, com o dedo, sobre os amarettis, para que a sua superfície estale. Leve a cozer no forno a 180 ° por 10 minutos.
Depois de um ligeiro arrefecimento levante os Amarettis. Pode servi-los assim, ou colados dois a dois, pela base, com creme de chocolate.



Dicas:

1. Não utilize claras de ovos muito grandes pois a massa não ficará com a textura necessária. Se ficar demasiado mole não dará para fazer os pequenos bolos (que se transformarão em bolachas). Nesse caso terá que deixar secar a massa durante algumas horas até ficar com a textura necessária.

2. 10 minutos no forno devem ser suficientes. Os amarettis ficam moles e húmidos por dentro. Não deixe, por isso, que eles cozam de mais. Depois de retirar do forno espere um pouco antes de os levantar. 

3. Se utilizar papel vegetal em vez de silpat, então deve barrar o papel com manteiga e polvilhar com um pouco de farinha.

Bolo de laranja com morangos

Já quase não se vêem morangos e os que aparecem já não têm grande sabor. O melhor mesmo é aproveitar enquanto os há e fazer um bolo de morangos; simples, mas muito bom para comer ao lanche, com uma chávena de chá, ou como sobremesa, com uma bola de gelado de nata. Vai bem com este inesperado calor de outubro.

Esta receita tem por base, com alterações, uma receita de Leonor de Sousa Bastos.


Então é assim:

200g de farinha de trigo
1 colher de chá de fermento
150g de açúcar amarelo
140g de manteiga cortada aos pedaços pequenos
raspa da casca de uma laranja grande
125ml de sumo de laranja
2 colheres de sopa de licor de laranja
2 ovos
200g de morangos
30g de açúcar amarelo para polvilhar

Pré-aquecer o forno a 180°C

Lave os morangos e corte-os longitudinalmente. Reserve.
Unte uma forma de 22cm sem buraco e polvilhe com farinha.

Numa taça misture a farinha, o fermento, a raspa de laranja e o açúcar amarelo.
Junte a manteiga e trabalhe com a ponta dos dedos até obter uma massa granulosa.

Noutra taça misture o sumo de laranja com o ovo ligeiramente batido. Verta todos os líquidos sobre os sólidos e misture apenas até ficar homogéneo.
Verta a massa na forma, coloque os morangos sobre a massa e pressione-os para que eles se enterrem um pouco na massa.

Polvilhe generosamente a superfície com açúcar amarelo e leve ao forno por cerca de 30 a 40 minutos ou até o palito sair limpo.

Servir morno ou frio.




Douro em Setembro II

Ainda por terras do Douro...

Para ir ao Restaurante DOC é preciso passar pela Folgosa, na estrada marginal, junto ao rio, entre a Régua e o Pinhão. É um dos percursos panorâmicos mais belos do Douro.

O Chef Rui Paula pratica uma cozinha superior e almoçar ou jantar no DOC é uma experiência de excepção. A não perder.

Provámos um extraordinário Menu de Vindimas que ultrapassou largamente tudo o que eu pudesse imaginar. 


A noite estava quente e foi possível jantar na esplanada a olhar o rio através do reflexo das luzes do lado de Covelinhos. Inesquecível!

Foto retirada do site do Restaurante

Douro em Setembro I

Este espanto perante as terras do Douro em Setembro. Vive-se a terra que transborda em cores, sons, aromas e sabores. É urgente ir ao Douro sentir esta vida que se renova todos os anos.

O Douro







A memória - Museu do Douro (foto de Georges Dussaud)

O que a terra nos dá - o trabalho e a pausa 





As Quintas e as Adegas





Polvo à Lagareiro

A questão prévia é saber se podemos fazer Polvo à Lagareiro sem levar o polvo à grelha. Qualquer solução mais expedita, para fazermos em casa, terá sempre que se confrontar com esta duvida: a qualidade mantém-se ou esta alternativa não vale a pena? Eu acho que vale muito a pena e que fica igualmente saboroso.

Para 4 pessoas

1 polvo fresco de 1 a 1,2kg
1 cebola nédia
1 folha de louro 
1 fio de azeite

1kg de batatas pequenas para assar
10 cebolas pequenas para assar
sal, azeite, vinagre e alho




O polvo deve ser comprado fresco, ser bem limpo e previamente congelado.
Pré aquecer o forno a 180°C.

Descongele o polvo, passe-o por água e coza-o, sem água nem sal, numa panela de pressão rápida, juntando 1 folha de louro, uma cebola e um fio de azeite. Conte 15 minutos desde que a panela atinge a pressão. Retire do lume e reserve.

Lave bem as batatas e coza-as com casca. Depois de cozidas dê um pequeno murro, para que abram, em cada batata. Coza também as cebolinhas. 

Escorra o polvo do caldo formado, corta os tentáculos e coloque-os numa assadeira para ir ao forno polvilhando com sal. 

Junte as batatas e as cebolinhas cozidas ao polvo, na assadeira. Tempere tudo generosamente com azeite e alho picado. Junte um gole de vinagre. Leve ao forno por 20 minutos a 180°C. É só comer e deliciar-se.

Dica: As batatas e as cebolinhas podem ser assadas no micro ondas. Lave bem as batatas e as cebolinhas sem lhes tirar a casca, pique as batatas previamente com um garfo e tempere tudo generosamente com sal. Leve ao micro ondas num pirex largo com tampa e conte 1 minuto por cada batata; ao total acrescente mais um minuto. 
Por exemplo: 12 batatas dá 12 minutos, mais 1, dá 13 minutos no total. Tão simples como isto. 

Bolo de laranja e chocolate




Para o bolo
250g de manteiga
250g de açúcar
250 g de farinha
5 ovos
1 laranja

Bata muito bem a manteiga amolecida com o açúcar. Separe as claras para uma taça e junte as gemas uma a uma batendo sempre, o sumo da laranja e a casca raspada de laranja. Envolva tudo.
Junte a farinha e volte a bater. Finalmente bata as claras em castelo forte e junte envolvendo delicadamente.
Vai ao forno a 170ºC em forma sem buraco untada com manteiga e polvilhada de farinha.

Recheio de compota de laranja
Leve ao lume, a ferver ligeiramente, 4 generosas colheres de sopa de compota de laranja com 3 colheres de sopa de água, para obter um calda mais fácil de espalhar e ser absorvida pelo bolo.
Depois de frio corte o bolo transversalmente e barre generosamente a parte de baixo com  a compota assim obtida. Deixe absorver um pouco e cubra com a parte de cima do bolo.


Prepare uma Cobertura de chocolate.

250g de chocolate preto
200g de leite condensado cozido
4 colheres de sopa de natas

Derreta o chocolate no micro-ondas e mexa até ficar bem macio.  Junte o leite condensado e mexa bem até ficar uma pasta densa e homogénea. Acrescente 3 colheres de sopa de natas e vá mexendo. A pasta de chocolate vai ganhando brilho e perdendo um pouco de densidade. Acrescente mais uma ou duas colheres de natas até encontrar a densidade adequada para a cobertura - fácil de moldar sem escorrer. Alise com uma espátula. Para alisar mesmo bem tem que ir molhando a espátula em água morna à medida que vai trabalhando a cobertura. Enfeite a gosto.


Bife de Espadarte em molho leve de vinho do Porto

Um dos mais nobres peixes e um dos mais nobres dos vinhos. Um casamento perfeito num prato que se pretende simples, mas que honra o palato dos apreciadores mais exigentes desta saborosa carne.


4 filetes de Espadarte, 
1 dente de alho
1 colher de chá de tomilho seco (pode utilizar-se fresco)
1 cálice de vinho do Porto (utilizei vinho do Porto branco)
6 colheres de sopa de natas
2 a 3 colheres de sopa de manteiga
Sal, pimenta da Jamaica e leite, q.b.

Compre 4 bifes não muito grossos de espadarte e coloque-os num tabuleiro onde vão ser temperados. Tempere com o alho esmagado, polvilhe com tomilho, sal e cubra tudo com um pouco leite. Vá virando os bifes para que agarrem os sabores e escorra-os ao fim de 15 minutos. 

Leve a manteiga ao lume num sauté, em lume médio e junte os bifes bem escorridos. Vire-os e, assim que estiverem cozinhados, retire-os para que não sequem e coloque-os num prato aquecido.
Junte no sauté, onde ficou a gordura, a marinada onde estiveram os bifes, e acrescente o vinho do Porto. Deixe ferver um pouco para apurar e retire do lume. Adicione as natas e um pouco de pimenta da Jamaica. Mexa bem, rectifique temperos e junte os filetes que devem voltar a ser aquecidos sem levantar fervura. Sirva, no prato aquecido, com puré ou bata cozida e um pouco de espinafres levemente salteados.

Tarte de camarão (continuação)

A tarte de camarão estava excelente. A receita é a mesma mas foi enriquecida: desta vez levou 4 ovos, mais camarão e não resisti a acrescen...