El Bulli - Ferran Adrià

O Restaurante El Bulli estará encerrado durante os anos de 2012 e 2013, reabrindo em 2014 como Fundação dedicada à promoção de ideias e talentos na área gastronómica. Ferran Adrià irá dedicar-se a repensar o seu projecto global, ao mesmo tempo que desenvolverá outras actividades como, por exemplo, dedicar-se ao ensino da sua arte na Universidade de Harvard.

Até lá ficamos a olhar...




Lombos de Bacalhau Confitado com Fricassé de Coentros


Para confitar o Bacalhau
4 Lombos de Bacalhau demolhado e limpo
Azeite Virgem Extra q.b.
4 dentes de alho em camisa
1 Folha de Louro
Pimenta preta em grão e Tomilho em haste q.b.
Assegure-se que o bacalhau está seco limpando-o com um pouco de papel de cozinha se necessário.
Coloque o bacalhau em tabuleiro de tamanho adequado para que os lombos fiquem juntos (como forma de poupar azeite) e junte os alhos em camisa, pimenta preta em grão, a folha de louro e o tomilho. Regue com o azeite virgem até praticamente cobrir os lombos.
Cozinhe em forno previamente aquecido a 150ºC cerca de 45 minutos.
Retire os lombos do azeite que vai ser coado e aproveitado. O caldo de bacalhau que se forma no fundo do tabuleiro também deve ser reservado para fazer o fricassé.

Para o Fricassé
1,5dl de azeite de confitar o bacalhau
1 Cebola média
2 Gemas
2dl do caldo de confitar o bacalhau
Sumo de meio limão
Meio ramo de coentros
Sal e pimenta q.b.
Faça um fundo de azeite com a cebola cortada finamente em meias luas e deixe cozer. Entretanto misture as gemas com o sumo de limão e um pouco de caldo de bacalhau. Em lume brando junte a mistura das gemas ao fundo de azeite e cebola mexendo sempre para engrossar. Se necessário junte um pouco mais de caldo. Acrescente os coentros picados e corrija os temperos.
Emprate a gosto acompanhando com bata assada e brócolos ou grelos ou sirva em travessa cobrindo os lombos com o fricassé.


Se não podemos recusar aceitamos, não é?

Negócios online - Parlamento Europeu dá "luz verde" a Vítor Constâncio

A Bola - BCE: Nomeação de Constâncio aprovada no PE


Diário de Notícias - Parlamento Europeu aprova nomeação de Vítor Constâncio

Público - Parlamento Europeu aceita Constâncio no BCE

Jornal de Notícias - Parlamento Europeu aprovou Constâncio


Diário Económico - Pamento europeu quer constâncio no BCE até 2018.

Correio da Manhã
- Constâncio confirmado no Banco Central Europeu

Que futuro?

Vale a pena ler o artigo de hoje de Manuel Maria Carrilho no Público.
De facto, como bem realça, as questões que circulam diariamente no menu político dos media pouco ou nada acrescentam à urgente necessidade de pensar o futuro e as alternativas da sua construção:
(...)esta novidade se impõe numa situação difícil mas incontornável, que se caracteriza pela alternativa entre uma opção de crescimento que conserva o modelo ocidental mas que se sabe incompatível a prazo com a sobrevivência do planeta - é a opção dos BRIC e de tantos outros países emergentes. E a da procura de outra opção, que se liberte do modelo global de um inverosímil crescimento perpétuo, assente num consumo sem fim e num crédito sem limites(...)
(...)Será possível equacionar uma nova ideia de progresso, fora do eixo produtivismo/consumismo?(...)
e a resposta passa pelas actuais três utopias em confronto,
1) A utopia ecológica, que procura estabelecer regras universais que garantam o equilíbrio do planeta - e que sofreu um grande revés com o fracasso de Copenhaga. 
2) A utopia tecnológica, que aposta sobretudo em "esverdear"o crescimento, acreditando que a humanidade acaba sempre por encontrar soluções técnicas para os seus problemas, nomeadamente para aqueles que decorrem das crises de escassez.
E 3) a utopia antropológica, que procura estimular uma reflexão de fundo sobre o modo de vida das nossas sociedades, as raízes e os efeitos da extrema dependência em relação ao hiperconsumo nos modelos de vida hoje dominantes.(...)
E depois de o ler a pergunta que me surge de imediato é, e os nossos políticos que pensam disto?

Mas, não foi sempre assim?

"(...)Acabou o tempo em que enriquecer era um valor absoluto e a medida de todos os sucessos. O credo neoliberal acabou e é preciso saber retirar as consequências. A equidade, a justiça, a solidariedade são os únicos valores que nos podem retirar dos tempos difíceis que atravessamos. A coesão social só será possível se as coisas deixarem de ser feitas apenas em nome do lucro dos accionistas ou da criação das condições "económicas" perfeitas para as empresas. Tem de aumentar a responsabilidade social das empresas e tem de melhorar o nível de repartição da riqueza(...)"
TS in Público 24.03.10

Camarão e Caviar em Creme de Espargos

Ainda do Livro "À mesa com os Chefs Europeus", uma entrada que combina paladares de forma perfeita; proposta do Chef belga Jan Buytaert.

Receita para 4 pessoas

1 Batata
1 Litro de caldo de aves
200ml de natas batidas
100g de manteiga
Manteiga para saltear q.b.
Noz-moscada moída, sal e pimenta q.b.
24 Camarões
75 g de caviar (ou sucedâneo)
20 Espargos verdes
1 Alho francês
1 Cebola

Preparar os espargos – descascar e partir os pés (ver “ Espargos gratinados com presunto e parmesão”), – e cortá-los ao meio. Reservar as metades da pontas e alourar as restantes metades em manteiga, juntamente com o alho francês cortado em pedaços maiores e a cebola cortada grosseiramente. Adicionar o caldo de aves e uma batata descascada cortada em quarto. Deixar ferver durante 45 minutos em lume brando até os legumes estarem bem tenros. Se necessário juntar um pouco mais de caldo.
Cozer as pontas dos espargos ao vapor e reservar. Não esquecer que devem ficar al dente.
Descascar os camarões temperar com sal e pimenta e saltear em manteiga em lume vivo. Reservar. 
Preparar um creme de legumes passando os legumes cozidos pela liquidificadora e temperar com sal e pimenta. Acrescentar um pouco de noz-moscada e deixar arrefecer.
Misturar o creme de legumes com as natas batidas doseando para obter um creme macio e juntar o caviar. 
Numa travessa ou num prato largo e fundo dispor as pontas de espargos. Colocar os camarões por cima e espalhar o creme de legumes e caviar. Pode-se enfeitar com as cabeças dos camarões salteadas em manteiga. Servir de imediato morno ou à temperatura ambiente. 

Uma boa e rica alternativa é fazer este prato substituindo os camarões por lombos de lavagante laminados a gosto.

Lisboa - Sra. do Monte

Shirley Bassey já não vai em estórias.



Propellerheads - History Repeating

O segredo de justiça tem solução

Nuno Garoupa 
O segredo de justiça tem solução, in Jornal de Negócios online
"Como se explica então que o regime norte-americano mais aberto e muito menos restritivo produza menos violações que o nosso regime draconiano? Pois porque simplesmente funciona. Todos sabemos quem está na origem das violações, o procurador responsável pelo processo. Evidentemente que muitas vezes não é o procurador quem directamente viola o segredo de justiça, mas sobre ele cai a responsabilidade processual de o proteger. Nos Estados Unidos, quando há uma violação grave e óbvia do segredo de justiça, o procurador responsável é exemplarmente castigado por desobediência ao tribunal. O procurador falhou o seu dever de proteger o segredo de justiça."
Professor de Direito da University of Illinois

Terrine de Queijo com Bacon e Alcachofras

Já que estamos a falar de alcachofras devo confessar que gosto muito. Para além de cozinhadas também podem ser comidas cruas, em salada, se cortadas muito finas; tenho algumas experiências para fazer que na devida altura registarei.
Da última vez que estive em Roma fiz questão de comer umas "carciofi alla romana" que por sinal não brilharam; mas comprei, para trazer, uns frascos de corações de alcachofra de conserva, excelentes, e que serviram de entrada durante várias refeições. Bastam duas ou três gotas de balsâmico e uma volta de moinho de pimenta.

Mas vamos a esta bela receita que fui beber ao Chef Guy Martin; versão adaptada do Livro "À mesa com os Chefs Europeus", Könemann.


600g Queijo - Beaufort, Emmental ou Gruyere Suíço
6 Alcachofras frescas ou de conserva
40 Fatias finas de Pancetta ou bacon
6 Gemas
250ml Leite
100ml Vinho Branco
250ml Natas
Alface q.b.
40g Mostarda
300ml Caldo carne

Cortar o queijo em pedaços de 5mm, adicionar vinho branco e deixar macerar durante a noite. Desmembrar as alcachofras se forem frescas; cozê-las numa mistura de água, farinha, sumo de limão e sal. Se for feito com alcachofras de conserva, cortar as alcachofras em quadrados.
Forrar a forma com as fatias de bacon cortadas finamente.
Bater seis gemas, adicionar-lhes natas e leite, misturar bem com a varinha e adicionar o queijo já escorrido.
Cobrir o fundo da forma com um terço do queijo com mistura feita (gemas, leite e natas). 
Encher a forma alternando uma camada de alcachofras com uma camada da mistura de queijo. Tapar tudo com papel de alumínio e colocar durante 75 minutos no forno a 155°.

Sugestão de empratamento: Colocar em cada prato uma fatia de Terrine e, ao lado um ovo escalfado em cima de um pouco de alface romana. Finalizar regando tudo com molho de mostarda.
Para o molho de mostarda misturar 40 g de mostarda com 300 ml de caldo de vitela e deixar cozer.

Nota: Utilize uma forma alta do tipo Bolo Inglês.

As minhas "Carciofi alla Romana"




Ingredientes

8 Alcachofras inteiras
3 filetes de anchovas
Sumo de 2 limões misturado com água
Sumo de 1/2 limão
2 colheres de sopa de hortelã
2 colheres de sopa de salsa
2 dentes de alho
2 copos de vinho branco
2 colheres de sopa de azeite
sal e pimenta de moinho q.b.

Preparação
Cortar aproximadamente metade da alcachofra e cortar os pés, deixando cerca de 3 cm. Remover as folhas exteriores das alcachofras até chegar às folhas interiores mais finas e tenras.
Retirar a parte interior onde está o “feno” das alcachofras, usando uma colher de bola.
Metade do que se comprou vai para o lixo e só o restante se aproveita. Deve ser-se generoso a retirar as folhas exteriores pois não há nada mais desagradável do que meter na boca uma folha de alcachofra dura.

O caule é comestível, embora algumas apresentações exijam que ele seja completamente removido. Descascar os caules retirando-lhes a parte verde exterior. Colocar as alcachofras num recipiente com água fria e o sumo de limão para que não oxidem.

Bater na liquidificadora as folhas de hortelã, o azeite, o vinho, as anchovas, o alho, a salsa e tempere de sal e pimenta. Se não se desejar um gosto muito intenso pôr um pouco menos de hortelã.
Retirar as alcachofras da água com limão e envolvê-las com este preparado e cozinhar em lume brando. Juntar água suficiente para cobrir 1/4 das alcachofras. As alcachofras devem ficar bem juntas e viradas para baixo. Se necessário acrescentar um pouco da água com sumo de limão.

Cozinhar por 30 minutos. As alcachofras devem ficar bem tenras, sem partes duras. 



Servir quente ou à temperatura ambiente como entrada. 

Espargos gratinados com presunto e parmesão

Sempre fiz esta entrada a gosto pessoal; nunca me preocupei com quantidades. É uma forma muito gulosa e simples de preparar espargos verdes (Asparagus officinalis) e dá uma excelente entrada quente que deve ser acompanhada de fatias de pão escuro torrado.


Faço esta entrada com uma daquelas embalagens de espargos verdes frescos que normalmente se vendem nos hipermercados - mais ou menos 400g. 

Devem ser previamente limpos de forma ligeira com um descascador e os pés devem ser partidos para evitar a parte mais fibrosa. A melhor forma de fazer isso é segurar o espargo com uma mão (esquerda) e o pé do espargo (a parte mais grossa) entre o polegar e o indicador da outra mão (direita), firmemente; fazendo um golpe seco e vigoroso com a mão direita para partir a base, ela irá partir no ponto certo - onde as fibras começam a ser mais fracas. Experimentar duas ou três vezes é o suficiente para ganhar mão.

Ingredientes:
  • Espargos 400g (para duas pessoas)
  • Natas
  • Presunto
  • Queijo parmesão
  • Vinagre balsâmico
  • Flor de sal e pimenta q.b.

Cozem-se os espargos por 5 minutos ao vapor (a melhor opção) e esfriam rapidamente numa taça com água e gelo.
Colocam-se num tabuleiro/travessa de ir ao forno que não seja muito grande (os espargos não devem ficar muito dispersos). 
Juntam-se natas q.b. que não devem cobrir os espargos mas devem ser generosas para depois ter molho. Tempera-se com pimenta de moinho e umas pedras de flor de sal.
Espalha-se por cima uma boa mão de aparas de presunto cortadas finamente. Cobre-se tudo com queijo parmesão ralado fresco; eu gosto muito e por isso carrego no queijo.
Finaliza-se com três golpes de vinagre balsâmico.
Vai ao forno a gratinar em lume médio. Servir de imediato.

O tempero de sal pode não ser necessário pois o presunto e o parmesão já são bastante saborosos. Os espargos ficam mais saborosos se não forem cozidos de mais; ao comer deve sentir-se a sua textura crocante.

Acompanhado de um bom vinho tinto é frequentemente o meu jantar.


Vitela assada em vinho à Grega

Uma receita do Blog Elvira's Bistrot que se pode encontrar aqui; Muito bom!

Aproveito para saudar a excelência de Elvira e agradecer a permanente divulgação do seu bom gosto que, para todos os apreciadores de boa cozinha, é inestimável. 


Variações sobre um Linguini de Mariscos

A receita original é do Chef Jamie Oliver; resolvi introduzir algumas pequenas alterações que me pareceram oportunas e mais ao nosso gosto mediterrânico.  As quantidades aqui apresentadas dão para 12 pessoas.
Este prato é não só muito saboroso como agradável à vista. Boa oportunidade para reunir os amigos...
Para o Linguini
4 dentes de alho, descascados e fatiados
2 malagueta vermelha fresca, sem sementes e fatiada
1 cebola média
1,6Kg de marisco (mexilhões, amêijoas)
25 a 30 gambas
2 latas de 400g de tomate em pedaços
1dl de vinho branco seco
sal marinho e pimenta preta acabada de moer
raspa de 1 limão
800g de Linguini
300ml de nata
azeite extra virgem
salsa fresca picada grosseiramente

Para temperar as gambas
Alho
Sumo de limão
Piripiri
Azeite
Sal


Confecção
Descasque as gambas (não tire a cabeça) e tempere-as com sal, alho, sumo de limão, piripiri e um fio de azeite com pelo menos 2 horas de antecedência. Posteriormente limpe as gambas e grelhe-as em lume vivo. Reserve.
Lave os mexilhões e as amêijoas em água fria.
Deite um bom golpe de azeite num tacho bem grande e frite o alho, a malagueta e a cebola picada em lume brando durante 5 minutos, até alourar. Refresque com o vinho branco e deixe evaporar um pouco. Acrescente os mexilhões e as amêijoas, frite durante 2 minutos agitando o tacho e junte os tomates em pedaços. Tempere bem, acrescente a raspa do limão e deixe ferver. Reduza o lume para médio e cozinhe por 10 minutos, até que o marisco esteja cozido e o molho tenha engrossado ligeiramente. Misture a nata no molho de marisco e volte a deixar levantar fervura durante um minuto, depois tempere a gosto. Rejeite os mexilhões e as amêijoas que não tenham aberto e acrescente as gambas grelhadas.
Ponha ao lume uma grande caçarola com água fria e sal até ferver e coza o Linguini seguindo as instruções do pacote.
Escorra a massa e misture suavemente no molho de marisco com mais um bom fio de azeite extra virgem e a salsa picada.

Sopa doce de Pêra

Fácil, barato e bom.

É uma sobremesa de Verão mas, como já não a fazia há muito e havendo pedidos nesse sentido, ontem lá a fui fazer até porque é muito fácil e rápida de confeccionar.
Trata-se de um doce de colher feito à base de Pêra Rocha e com especiarias - Canela e Anis-estrelado. Um creme que fica muito macio e aromático; deve ser servido frio.

Receita que dá para 12 taças.

Ingredientes
2kg Pêra Rocha
2dl Água
4 Paus de Canela
4 Unidades de Anis-estrelado
400g Açúcar
1dl de Natas

Confecção
Descasque as pêras, leve-as ao lume numa panela juntamente com a água, o açúcar, os paus de canela e o anis-estrelado e deixe cozer bem. No fim de bem cozidas retire o anis e os paus de canela e reduza-as a puré com a varinha mágica.
Deixe arrefecer a sopa, bata ligeiramente as natas e junte à sopa; mexa bem. Sirva frio em taça.


Se tiver no frigorifico uma redução de Vinho do Porto aproveite  e faça uns desenhos. Fica mais bonito...

Devo esta receita ao Chef Paulo André, com quem tive o prazer de aprender muito, já lá vão uns anos.

Arroz Cremoso De Abóbora E Camarão

Esta receita foi publicada na Revista Visão e é do Chef Nuno Inverneiro. A que aqui publico tem ligeiras adaptações mas, no essencial respeita o original. 

Quando a li pareceu-me que ia resultar muito bem e durante a sua execução acrescentei apenas o gengibre e, em substituição do caldo de galinha, o caldo de camarão. Também substitui o queijo Serpa por Parmesão. Este arroz é forte. Penso que se tivesse optado pelo queijo Serpa ainda ficaria mais pesado; fica à sua escolha.  A receita original também prevê apenas 4 camarões tigre. Eu fiz com 6 e concluí que pode ir até 8 camarões tigre.

Trata-se de um arroz carolino feito como se se tratasse de um risotto e cujo resultado final muito se aproxima. É excelente de paladar e textura e tem algum requinte pelo que esta receita pode ser reservada para um jantar especial. O único senão é que deve ser servido de imediato, pelo que a confraternização antes do jantar pode ficar prejudicada.

Pormenor importante: utilize um bom vinho branco seco na confecção.


[PARA 8 A 1O PESSOAS] 

Marinada 
8 camarões tigre 
2 colher se sopa de azeite 
1 colher de sopa de gengibre picado 
4 dentes de alho picado 
Sumo de limão 
Pimenta de Caiena 
Sal q.b. 

Fazer uma marinada com todos os ingredientes. Marinar os camarões durante uma noite ou, no mínimo, quatro horas. Aquecer bem o grelhador, secar muito bem os camarões e grelhá-los 4 ou 5 minutos de cada lado dependendo do seu tamanho. Descascar os camarões e cortá-los aos pedaços. Aproveitar as cabeças para fazer um caldo de camarão. 


Arroz ( 30 minutos) 
4 colheres de sopa de azeite 
1 cebola média picada 
500g de arroz carolino 
1 chávena de bom vinho branco 
1,5l de caldo de galinha ou caldo de camarão 
1 abóbora-manteiga, média, assada 
5 colheres de sopa de queijo de Serpa amanteigado ou de parmesão ralado na hora 
2 chávenas de rúcula selvagem 

Refogar a cebola no azeite com uma boa pitada de sal, adicionar o arroz até que fique ligeiramente tostado, 2 a 3 minutos. Adicionar o vinho e deixar cozinhar, mexendo até que o arroz absorva todo o líquido. Começar a adicionar o caldo, aos poucos, mexendo sempre, e não voltar a introduzir mais líquido até que o anterior esteja completamente absorvido. Este processo deve ser feito mexendo constantemente para que o arroz liberte a própria goma, devendo parar-se quando o arroz estiver tenro, embora oferecendo alguma resistência quando se trinca. É provável que sobre algum caldo. Envolver a abóbora depois de triturada, o queijo, o camarão e, por fim, a rúcula.

Acompanhe com um Prova Régia (um excelente Arinto de Bucelas a preço muito acessível). 

Qualidade portuguesa: Chef Pedro Baroso a Oriente

A qualidade dos sabores mediterrânicos no novo Hotel Armani da torre Burj Khalif, no Dubai, com 160 andares e 800 metros de altura, é de inspiração portuguesa.


Coquilles de St. Jacques (Vieiras Gratinadas)

Esta excelente receita faz as delícias cá de casa há já alguns anos. Sirvo-a como entrada quente. É uma entrada de paladar requintado pelo que pode ser servida numa refeição especial acompanhada de um bom Alvarinho. A primeira vez que a fiz consegui comprar vieiras frescas. Guardei as conchas e agora, mesmo que só consiga arranjar miolo de vieira fresco (vende-se nalgumas grandes superfícies, muitas vezes por encomenda), tenho sempre garantida a apresentação em concha.

As vieiras são melhores nos meses mais frios do ano. Escolha as que tiverem as conchas bem fechadas. Para preparar vieiras frescas, apoie a junta das conchas sobre uma superfície plana e introduza uma faca numa das aberturas logo acima da junta. Mantendo a faca junto da concha plana, corte o músculo que liga a carne à concha. É esse músculo que mantém as conchas unidas. Abra a vieira de vagar. Retire a carne e deite fora o saco preto e o restante músculo. Lave as conchas para servirem de prato.

Também pode comprar o miolo de vieira fresco, limpo e embalado. Se tiver dificuldade em encontrar vieiras, pode preparar esta receita utilizando lombos de tamboril.

Comece 2 horas antes; 4 porções (entrada)

8 Vieiras grandes arranjadas ou
450 g de carne de vieira
1 Ramo de cheiros
1,5dl de vinho branco seco
1,5 dl de água
100g de margarina ou manteiga
2 Colheres de sopa de sumo de limão
100g de cogumelos às fatias
50g de cebola picada
5 Colheres de sopa de farinha
1 Gema
4 Colheres de sopa de natas
Sal e pimenta
25 g de pão ralado

Para enfeitar (facultativo): Raminhos de salsa Rodelas de limão

Leve ao lume uma frigideira com as vieiras e o ramo de cheiros e regue com o vinho e a água. Quando levantar fervura, tape e deixe cozer durante 10-15 minutos. Escorra as vieiras, retire o ramo de cheiros e guarde o caldo. Corte as vieiras em bocados. Pincele as conchas com manteiga derretida.

Derreta 25 g de manteiga com 1 colher de sopa de sumo de limão, junte os cogumelos e a cebola e deixe cozer sobre lume muito brando durante 10 minutos. Adicione metade da restante manteiga, a farinha, mexa e deixe cozer 2 minutos. Deite o caldo e deixe cozer mais 3 minutos. Retire do lume.

À parte, misture a gema com as natas e um pouco do preparado anterior. Deite na frigideira do molho e junte as vieiras. Tempere e reaqueça sem deixar ferver. Distribua o preparado pelas conchas e coloque-as num tabuleiro.

Derreta a restante manteiga e misture com o pão ralado e o sumo de limão, deite sobre as vieiras e leve-as ao forno até ficarem douradas.

Receita de "O Grande Livro da Cozinha Internacional" edição de Selecções do Reader's Digest, 1986.

Terrina de Foie gras

Vamos lá ao Foie gras, como prometido!

Esta receita resulta de uma pesquisa feita na net e de algum bom senso. Ter em atenção que se estamos a falar de um mi-cuit,  trocado por miúdos, baixa temperatura. As recomendações encontradas variam mas, para um mi-cuit, as temperaturas de forno não ultrapassam os 97ºC. Coisa diferente se quisermos fazer uma conserva, onde vamos aos 103ºC.
Os tempos de cozedura também variam, bem como as alternativas de forno ou cozedura em frasco.

Esta receita dá um pouco de trabalho e deve ser feita com antecedência pois o Foie gras deve descansar pelo menos dois dias (há quem diga dois meses) para apurar todos os sabores.
Para quem gosta tanto de Foie gras como eu, não há que hesitar. Tudo somado e experimentado ficou assim... e ficou bem (bom).

2 Foies gras frescos – aprox. 1100g
(dá uma forma de bolo inglês)

Preparação para uma conserva
Lavar o Foie gras rapidamente em água corrente. Colocar o foie gras em leite tépido durante duas horas (para sangrar).

Retirar do leite, passar por água corrente e limpar bem com papel de cozinha.

Os Foies gras que se vendem congelados em vácuo já vêm sem fel. Caso contrário há que retirá-lo bem como todos os vasos sanguíneos e a pele fina que o reveste. Faça isso sobre uma tábua de cozinha que pode estar coberta com papel vegetal. Arranje espaço e meta a mão! Não há como fazê-lo de outra forma; vá abrindo os Foies gras com os dedos e procurando os veios principais com cuidado. Vá puxando um a um, devagar, e, se necessário, com a ajuda de uma faca; os veios mais finos vêm a trás. Deve tirar o máximo de veios que conseguir pois é desagradável encontrá-los depois. Tenha em atenção que, mesmo que o Foie gras fique muito desfeito, ele vai reconstituir-se depois, na cozedura.

Depois desta tarefa executada coloque o Foie gras numa taça e tempere com uma mistura de sal (12g/kg), açúcar (5g), pimenta branca (2g) e um pouco de noz moscada. Armagnac (30ml), vinho do porto (30ml) - 15ml por cada 500g de foie gras. Tapar com película bem colada ao Foie gras para retirar o ar e reservar 24h no frigorífico.

24 horas depois retirar do frigorifico e deixar à temperatura ambiente cerca de 1 hora. Caso seja necessário limpar do excesso de sal e pimenta. Enformar calcando bem.

Eu utilizei uma forma de bolo inglês para a qual fiz uma tampa à medida, em cartão, que envolvi em papel de alumínio. Sobre esta tampa é possível colocar um peso para que vá fazendo pressão sobre o Foie gras durante o tempo de cozedura. Coloquei outra forma de bolo inglês com um peso dentro para pressionar o Foie gras.

É altura de levar o Foie gras ao forno pré-aquecido a 103ºC, a cozer em banho-maria durante 2 horas. Ao fim de 2 horas está pronto e coberto de gordura, pelo que deve ser retirado do forno com cuidado.

Finalização
Retirar a forma do forno e deixar à temperatura ambiente até que arrefeça completamente para que não haja choque térmico.  Posteriormente levá-lo ao frigorífico, mantendo o peso em cima. Ao fim de 4 a 6 horas retirar do frigorífico, e retirar o peso. Aproveitar toda a gordura acumulada e aquecê-la um pouco para derreter. Regar a superfície do foie gras enformado com a gordura que se aproveitou para o proteger de uma oxidação rápida. Levar novamente no frigorífico durante um período de, pelo menos, 48 horas. Se esperar mais tempo ficará ainda melhor.

Quando for altura de servir o Foie gras deve desenformá-lo . Passe, várias vezes, um pano molhado em água quente por toda a superfície da forma. Vai notar que a gordura começa a humedecer ligeiramente; será altura de o virar para um prato apropriado. Corte  as fatias (1cm) com a ajuda de uma faca fina previamente molhada em água bem quente.

Pode empratar com Queijo de figo, tostas e um toque de redução de Vinho do Porto. O que sobrar aguenta-se muito bem no frigorífico coberto por película aderente.

Faz bem ao corpo e ao espírito...


Queijo de Figo

Aproxima-se o Jantar de Natal e já estou nos preparativos. Mantendo embora alguma tradição - quem dispensa o bacalhau? - não deixarei que os palatos morram de tédio, pelo que farei alguns desvios que, espero, tenham sucesso assegurado.
Hoje darei conta de um casamento, para entrada, que me parece particularmente bom; "Terrine de Foie Gras com queijo de Figo".

Destes dois componentes encontram-se múltiplas receitas na net embora nem todas coincidentes. O trabalho a fazer é tentar encontrar um equilíbrio entre tudo o que se lê, lançando mão do bom senso e da experiência; e depois arrisquei e resultou.


Comecemos pelo Queijo de Figo, uma receita bem simples de uma espécie de bolo de figo que dá um óptimo contraste com o Foie Gras. De execução fácil e rápida pode ser feito com uns dias de antecedência pois aguenta-se perfeitamente no frigorífico.

Comecei por escolher os figos secos a comprar pois nesta altura do ano a oferta é muita e nem sempre da melhor qualidade. Fugi dos figos de pele rija, de aparência seca e de cor mais branca. Os melhores são os quem têm a pele mais translúcida, de tonalidade castanha e que  se apresentam húmidos e moles.
Para fazer um bolo de dimensão razoável fiz o dobro das seguintes quantidades:

250g Figos secos
125g Miolo de amêndoa (com casca)
8g Chocolate em pó
1 Colher Chá de erva-doce
2g Canela
75g Açúcar
1/2 Chávena Água;
1 Cálice de aguardente de medronho
Raspa de limão

E o método não podia ser mais simples:
Moem-se os figos e as amêndoas. Num tacho coloca-se o chocolate, as especiarias, o limão, o medronho, o açúcar e a água. Deixa-se ferver, dá-se uma mexidela e juntam-se os figos e as amêndoas. Mexe-se bem para que fique homogéneo e coloca-se numa terrina, numa forma de bolo sem buraco ou ainda num aro de dimensão apropriada. Prensa-se bem e coloca-se no frio. Pode decorar-se com algumas amêndoas torradas ou com imaginação. Optei por fazer num aro pois pareceu-me mais fácil de desenformar. E, de facto,  depois de um dia no frio, o aro retira-se facilmente com o auxílio de uma pequena faca que se vai passando por água quente.

Depois falamos da "Terrine de Foie Gras"

Claude Monet



No Museu Thyssen, em Madrid, de 23 de Fevereiro a 30 de Maio de 2010, podemos contar com a exposição "Monet e a Abstracção". Estarão representadas as obras mais significativas da ultima fase do pintor.
Onde estás TGV que fazes falta!

Mãos na massa

Sábado passado mais uma aula com o Chefe Henrique Sá Pessoa na Quinta São Luiz.
Para além da grande simpatia e disponibilidade do Chefe, pudemos confrontar-nos com uma entrada de Camarão salteado em azeite de baunilha, com puré de maçã e alho francês e chutney de ananás e chilli;
Um Bife Rossini (sem trufas, que se atrasaram!);
e para o fim das hostilidades um Crumble de maçã e frutos silvestres
As dicas, como os aromas e paladares, foram mais que muitas e também a boa disposição. E já à mesa, nas degustações, lá fomos trocando impressões sobre a gastronomia portuguesa e a quanto, a sua representação e divulgação, se encontra distante de outras como (para não ir mais longe) a espanhola. Apoios precisam-se...
Até à próxima, Chefe!

Jardineira de mão de vaca

Se gosta da cozinha tradicional portuguesa e tem memória gastronómica, talvez lhe aconteça ter saudades de uma boa jardineira de mão de vaca. Já se vê pouco e, cá de casa, não tenho memória.
Outro dia resolvi pôr as mãos ao caminho (que este caminho faz-se com as mãos e com a alma) e fui à procura. Encontrei duas mãos de novilho e não hesitei - vamos à jardineira! (Será que este nome vem do jardim de cores garridas que evoca o vermelho do tomate, o laranja da cenoura e o verde da ervilha?)
Foi exactamente esta a receita que resultou num gostoso encontro com os sabores do passado. Não voltarei a deixar passar tanto tempo sem revisitar este manjar que -  mais se recomenda - entra pouco na bolsa.
A mão de vaca 
1 mão de vaca ou 2 de novilho
1 cenoura
1 cebola pequena
8 grãos de pimenta
1 cravinho
vinagre e sal q.b.



Limpa-se bem a mão de vaca, raspa-se e queima-se para retirar qualquer pêlo. Em seguida ferve-se uns minutos e deita-se essa água fora. Coze-se então numa panela de pressão em água temperada com 1 cenoura, 1 cebola pequena, 8 grãos de pimenta, 1 cravinho, um gole de vinagre e sal. Coze cerca de 1 hora.
Depois de cozida retiram-se os ossos à mão de vaca e parte-se a carne em pedaços pequenos. Reserva-se a carne e o caldo.


A Jardineira
1 chouriço de carne
4 fatias de entremeada
5 fatias de bacon
2 cenouras grandes
1 cebola grande
2 tomates maduros
800g de batatas aos cubos
400g de ervilhas
4 dentes de alho
folha de louro
1 dl de azeite
2 colheres de polpa de tomate
1,5 dl de vinho branco
1 colher de chá de polpa de pimentão
1 piripiri
salsa picada q.b.
sal q.b.



Num tacho grande faz-se um refogado com a cebola picada, o alho picado, o louro e o azeite. Junta-se então o bacon aos bocados, a entremeada aos pedaços previamente temperada com um pouco de sal e a salsa. Quando começar a alourar refresca-se com o vinho. Refoga mais um pouco e adiciona-se o tomate depois de limpo de sementes, a polpa de tomate, o pimentão, o piripiri e o chouriço às rodelas cortadas em quatro. Tapa-se e deixa-se estufar até a entremeada estar meio cozida. Juntam-se então as batatas cortadas aos cubos, as ervilhas e as cenouras em cubos.



Vai-se adicionando um pouco do caldo da mão de vaca que entretanto cozeu.
Quando os legumes estiverem cozidos junta-se a carne da mão de vaca, corrige-se os temperos e deixa-se ferver mais uns minutos para apurar...Desliga-se o lume e repousa um pouco. Serve-se acompanhado de arroz branco.

Citação

(...) Todos nós conhecemos os actores políticos, os seus percursos, as ideias que professam, os seus comportamentos políticos; e, muito importante, exercem o poder com base no voto popular, que é a regra da democracia. Que sabemos nós dos detentores do poder judiciário? Por onde andaram, que ideias políticas professam? E a pergunta fatal: qual a raiz do seu poder soberano? Com que legitimidade o exercem? Esta é a questão crucial com que, mais dia, menos dia, teremos de confrontar-nos.
Daniel Proença de Carvalho, in Diário Económico 21.11.2009

Citação

Uma escuta


Por Vasco Pulido Valente

(...) A oposição acusa Sócrates de não dar explicações ao país sobre o que alegadamente disse na escuta a Armando Vara. Não percebe, ou percebe demasiado bem, que a mais leve explicação abriria um precedente perigoso. Dali em diante, o primeiro boato com uma aparência de plausibilidade forçaria o primeiro-ministro a justificar, como culpado presuntivo, cada movimento e cada palavra, que directa ou indirectamente transpirasse para a televisão ou para a imprensa. O Governo acabaria por se transformar, como de resto já se transformou, numa feira contínua e num escândalo gratuito. É inteiramente legítimo tentar remover Sócrates de cena. Não é legítimo, nem recomendável arriscar nessa querela a própria integridade do regime.
In Público 20.11.09 

Foie Gras - Receita para Moscatel









Foie Gras inteiro salteado, em redução de Moscatel de Setúbal, com Uvas Moscatel (adaptação de uma receita de José Bento dos Santos). É uma receita requintada para uma refeição especial.

Ingredientes: (para 4 pessoas)
1 Foie gras cru (cerca de 500 g)
1 garrafa de Moscatel de Setúbal
1 dente de alho
½ sumo de limão
15 g de açúcar
3 cl de caldo de galinha concentrado
30 bagos de uva moscatel


Preparação:

Lavar o foie gras, retirar-lhe o fel (normalmente já vem extraído) e secá-lo em papel de cozinha. Temperá-lo com uma mistura de sal (15g), açúcar (5g), pimenta (2g) e um pouco de noz moscada.




Cobrir com filme de cozinha e reservar 6 h. no frigorífico.
Deitar o Moscatel numa caçarola e reduzi-lo lentamente (1 h. a 1,5 h.) a 1/5 do seu volume até ficar xaroposo.
Retirar as grainhas das uvas e reservar.

Finalização:
Esfregar o dente de alho numa frigideira antiaderente. Selar o fígado com a frigideira bem quente até ficar dourado de ambos os lados.
Retirar a gordura formada.

Levar o fígado num tacho ou cocotte que vá ao lume e regá-lo com a redução do Moscatel. Misturar o açúcar com o sumo de limão e adicionar. Adicionar também o caldo de galinha. Por fim adicionar as uvas.
Levar a lume brando durante cerca de 15 minutos, tendo o cuidado de ir regando o fígado com o molho formado. Terminar com uma volta do moinho de pimenta. Deixar arrefecer e retirar o excesso de gordura. Servir quente, depois de fatiado, acompanhado de tostas finas.

Mexilhão de tomatada em conserva


1Kg de Mexilhão
5 Dentes de alho
1 Cebola
10g de Pimento verde
10g de Pimento amarelo
10g de Pimento vermelho
4 Tomates maduros
1dl de vinho branco
10g de massa de pimentão
2dl de azeite
1 cravinho
Sal q.b.
Coentros em grão q.b.
Pimenta verde q.b.

Faça um refogado com todos os ingredientes em juliana. Refresque com o vinho branco. Depois de limpos e lavados junte o mexilhão ao refogado em lume forte para abrirem. Retire as cascas e guarde o mexilhão de tomatada em frascos de conserva. Leve-os ao lume fechados, em panela com água até meio do frasco. Deixe-os ficar 10 minutos em lume brando para ganharem vácuo. Deixe arrefecer e guarde no frigorífico.

Servir simples à temperatura ambiente ou em fatia de pão/broa torrado.

Haiku - esculpir as palavras com a alma

Haiku em Portugal e Haikai no Brasil


Wikipédia - Haiku Haikai (俳句 Haiku ou Haicai) é uma forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade. Os poemas têm três linhas, contendo na primeira e na última cinco letras japonesas, e sete letras na segunda linha. Em japonês, haiku são tradicionalmente impressos em uma única linha vertical, enquanto haiku em Língua Portuguesa geralmente aparecem em três linhas, em paralelo. O principal haicaísta foi Matsuô Bashô (1644-1694), que se dedicou a fazer desse tipo de poesia uma prática espiritual.
De facto o Haiku é muito mais do que uma forma poética. Antes deve ser associado a uma cultura de profunda ligação à natureza (xintoísmo) e a uma escrita multisignificante. Como diz A. C. Missias, poeta americano


O haiku é uma forma de ver o mundo. Cada haiku capta um momento de experiência; um instante em que o simples subitamente revela a sua natureza interior e nos faz olhar de novo o observado, a natureza humana, a vida.

de Herberto Helder

Ah, o passado.
O tempo onde se acumularam
Os dias lentos.


de David Rodrigues, dois de que gosto particularmente.

quando o Sol
entra em casa pela manhã
saio à sua procura

não há palavras
que segurem os meus olhos –
caem para o teu peito



MEMORABILIA

Pensar a igualdade de direitos, todas as igualdades e todos os direitos; e mesmo que já esquecidas há muito, no percurso das conquistas da história, saber que elas (in)formam hoje o caminho da liberdade.


O país profissional

Sempre me impressionou que jornalistas brilhantes se comportassem como miúdos travessos abandalhando as reuniões, chegando atrasados, atendendo o telemóvel, entregando-se a pequenos exercícios de vaidade, distraindo-se em conversas laterais, falando a demais e a despropósito.
Oito em cada dez empresários portugueses acham que a maioria das reuniões são desnecessárias e improdutivas, segundo um inquérito da AESE (...). Entre FB, Twitter, mails, Messenger, reuniões e telefonemas gastamos a comunicar tempo que seria mais bem empregue a trabalhar. O excesso de reuniões é uma das maiores fontes de ineficiência das organizações. Segundo calcula Kevan Hall, o guru inventor do speed lead, desperdiçamos um dia por semana (nove anos de vida!) em reuniões que não acrescentam valor.
Jorge Fiel, in Público de 29 Out 2009

Não conheço Jorge Fiel mas pelo menos isto temos em comum; também sempre me impressionou profundamente a terrível falta de eficácia das reuniões profissionais. E de como aqueles comportamentos condenáveis e tão pouco profissionais, a começar pela falta de pontualidade, representam uma profunda falta de respeito pelos outros.
Estou convicto que as empresas, de uma forma geral, conhecem este problema (embora não equacionem a urgência da sua resolução).
Há já bastantes anos tive oportunidade de frequentar uma acção de formação profissional sobre condução de reuniões da qual tirei ensinamentos úteis e que passei a aplicar esforçadamente na minha vida profissional. Constatei que, na sua grande maioria, todos os meus colegas acharam igualmente útil esta formação. Pude, no entanto, comprovar que a passagem à prática foi genericamente débil ou nula. Na nossa cultura empresarial a indisciplina e a vaidade (oh como é bom ouvirmo-nos falar eloquente e longamente - não é só na Assembleia da Republica!) são lidos como exercícios de poder. E muitas vezes premiados! E no confronto com o rigor este só pode perder.

Infelizmente não são apenas os jornalistas, como refere Jorge Fiel. Será que esta é uma realidade apenas latina?

Tarte de camarão (continuação)

A tarte de camarão estava excelente. A receita é a mesma mas foi enriquecida: desta vez levou 4 ovos, mais camarão e não resisti a acrescen...