Estrelas Michelin 2011

(imagem de Henrique Leis)
O Guia Michelin para Portugal e Espanha 2011 atribuiu as estrelas do ano aos restaurantes portugueses. 
O restaurante Villa Joya, Albufeira, Algarve - Chef Dieter Koschina, conta com duas estrelas; é o único.

Com uma estrela foram contemplados nove Restaurantes:
Fortaleza do Guincho, Estrada do Guincho, Cascais - Chef Vincent Farges.
Tavares, Lisboa - Chef: José Avillez.
Arcadas, Hotel Quinta das Lágrimas, Coimbra - Chef Albano Lourenço; Chef Consultor: Joachim Koerper.
Largo do Paço, Hotel Casa da Calçada, Amarante - Chef Ricardo Costa.
Il Gallo d’Oro, Hotel Cliff Bay, no Funchal - Chef Benoît Sinthon. 
Amadeus, Almancil - Chef Siegfried Danler-Heinemann.
Henrique Leis, Almancil - Chef Henrique Leis.
The OceanHotel Vila Vita Parc Chef Hans Neuner. 
Willie’s, Vilamoura - Chef Willie.


O restaurante Eleven - Chef Joachim Koerper, em Lisboa, perdeu a  estrela que detinha desde 2004.
(imagem de Henrique Leis)

Herbie Hancock "The Imagine Project"

Dia 7 de Dezembro em Lisboa (Campo Pequeno), dia 8 no Porto (Casa da Música); lá estarei!


Entretanto vamos ouvindo "Imagine" - o tema de abertura - com Herbie Hancock, Seal, Jeff Beck, Oumou Sangaré, P!NK, Konono Nº1 e India.Arie

Sunshine On My Shoulders

John Denver - "Sunshine on My Shoulders" 1º lugar na Billboard 100 em 1974, lugar em que ficou durante uma semana.

Ovos mexidos com farinheira e espinafres

Aqui está uma forma de fazer ovos mexidos com farinheira que não envergonha ninguém. 
Agora que a crise vai apertando vou propor-vos algumas receitas mais baratas mas igualmente saborosas e que podem ter apresentação caprichada; como é o caso.

1 farinheira 
6 ovos inteiros
1 embalagem (300g) de espinafres frescos
2 dentes de alho
1 chalota
Azeite, sal, salsa e pimenta q.b.
Parmesão ralado grosseiramente (opção)
Salteie os espinafres com um dente de alho finamente picado e um fio de azeite. Reserve.
Bata rapidamente os ovos inteiros com uma pitada de sal. Reserve.
Pique finamente a chalota e o restante dente de alho e, com um fio de azeite, salteie a farinheira, depois de a pelar e desfazer com um garfo. Vá virando no sauté para que a farinheira fique passada sem secar. Junte os ovos mexidos e envolva tudo rapidamente para que não seque (acabe a operação já com o sauté fora do lume).
Preencha um aro com uma primeira camada de espinafres e depois acrescente os ovos mexidos. Cubra com o parmesão ralado e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC só até derreter o queijo. 
Desenforme, polvilhe com uma colher de salsa picada e sirva com pão torrado. Acompanhe com um Tinto do Douro do ano. Sugestão : Altano (boa relação qualidade/preço)

Me & Mrs Jones

Um êxito de  Billy Paul de 1972 (número 1 da Billboard Hot 100 durante três semanas).

Campanha

O que faz o país por nós?
Pelo país o que faríamos?
Soberano rapace! Ficaríamos,
Sem ti, pobres e sós?

"Soufflé" Gelado de Chocolate

Esta receita é da Io e é fantástica em todos os aspectos. Deliciosa e requintada tem uma excelente apresentação pois imita mesmo a configuração de um soufflé.


Para o merengue: 500g de açúcar, 8 claras, 1,5dl de água, 7 gotas de sumo de imão e uma pitada de sal.
Preparar o merengue italiano com o açúcar e as claras

Ferver o açúcar com a água até 117º (usar termómetro). Quando o açúcar chegar aos 117º, retirar do lume. Bater as claras com o sal e as gotas de limão em castelo fraco. Incorporar o xarope 
quente de açúcar  em fio na batedeira com a velocidade máxima. O seu volume triplicará e ficará brilhante e espumoso. Continuar a bater até que esteja quase frio.
Para o soufflé:  750g natas,  300g chocolate, 2 colheres de sopa de cacau amargo.
Preparar o soufflé
Derreter o chocolate em banho-maria ou no microondas. Incorporar o chocolate derretido e o cacau ao merengue. Bater as natas a alta velocidade até  ficarem bem firmes.
Incorporar as natas ao preparado anterior com uma espátula. Os movimentos devem ser de baixo para cima.
Pincelar uma forma de soufflé de 18 centímetros de diâmetro com óleo.
Colocar uma tira de cartolina em volta da forma, com o comprimento de 65 centímetros e a altura de cinco centímetros. Fixar com fita-cola.
Encher com o preparado até ao topo da cartolina.
Deixar no congelador durante quatro horas ou, melhor ainda, de um dia para o outro.
Na altura de servir polvilhar com chocolate preto ralado ou cacau amargo e retirar a cartolina. Retirar do congelador 15 minutos antes de servir.
Este doce também pode ser preparado em formas individuais. 

Receita

Leva-se o poema ao forno
à temperatura de vários sentimentos,
polvilhado de denodo e outros condimentos.

Secou demais? Que transtorno!

Ren Zhenyu

Ren Zhenyu, Pintor chinês (1976-  ).
Nasceu em Tianjin, na China, e tirou o curso de pintura a óleo no Departamento de Tianjin da Escola de Belas Artes sendo actualmente aí professor.
A sua pintura revela uma tendência "pop-expressionista" com referências políticas nítidas, designadamente no conjunto de retratos de personalidades célebres de que se destaca Mao Tsé-Tung.
São, sem dúvida, obras desafiantes e encantatórias.

Pesadelo com Eugénio de Andrade

Hoje colhi as cores
de todas as rosas
de todos os jardins.


O teu olhar vazio 
Não viu as minhas mãos de cinza.


Deste pela minha chegada?



Salada de camarão, manga e papaia

Adeus Verão!
Uma boa e bela salada de camarão, manga e papaia para despedia dos dias de sol e das bebidas frescas.


Nesta salada combinei 1Kg de camarão (descascar e deixar o rabo), uma papaia e uma manga bem maduras cortadas em cubos, alfaces variadas e rucula e uma mão cheia de farfalle previamente cozida em água e sal (opcional - acrescenta mais uma textura).
Tempera-se tudo com uma vinagreta de mostarda e polvilha-se com cebolinho picado.
Como diria um meu companheiro de várias mesas, "é um jardim de paladares"!

Caponata

Tenho experimentado algumas receitas divulgadas pela Io Appolloni, todas elas de influência italiana, e estou rendido aos paladares contrastados de que tanto gosto e a algum requinte - principalmente nos doces. Como normalmente partilho estas coisas à mesa, com os meus amigos(as), posso confirmar que a aceitação é surpreendente e geral.
Trago aqui um acompanhamento siciliano (que eu como simples, apenas com um copo de bom tinto) que acolitou uma tradicional bola de carne transmontana - carne de vaca e galinha. Excelente! Nunca pensei que a Sicília fizesse bem a Trás-os-Montes

Despesas
- 3 beringelas
- 1 cebola grande
- 6 tomates maduros
- 1 pimento vermelho
- 1 pimento verde
- 0,5dl de caramelo
- 0,5dl de balsâmico
- 1dl azeite
- Folhas de manjericão a gosto
- sal
- pimenta
Facultativo
- azeitonas pretas sem caroço
- azeitonas verdes sem caroço
- alcaparras



Eu usei açúcar amarelo em vez de caramelo e só utilizei azeitonas pretas pois não tinha verdes em casa. 
Comece por descascar as beringelas. Corte-as aos cubos e ponha-as num passador com sal. Deixe repousar pelos menos durante 30 minutos, enquanto prepara o resto, e vai ver o liquido que sai. Com esse liquido sairá também o seu gosto amargo...
Prepare todos os outros ingredientes pelando e limpando os tomates - corte-os aos cubos, limpando e cortando os pimentos em tiras, cortando a cebola em rodelas finas... 
Descaroce e corte ao meio as azeitonas (uma generosa mão cheia) e reserve as alcaparras; eu optei por acrescentar duas colheres de sopa de alcaparras de conserva previamente apertadas em papel absorvente de cozinha, para que escorram o vinagre.
Numa frigideira grande prepare o refogado com o azeite e a cebola. Junte os tomates. Tape a frigideira e deixe ficar em lume médio 10 minutos. Vigie...
Agarre nas beringelas com as mãos e aperte-as um pouco de modo a facilitar a saída da  água do fruto (a beringela é um fruto!). Coloque-as na frigideira, juntamente com os pimentos.
Deixar cozer em lume forte, sem tapar. Vá virando de vez em quando para não pegar. No fim, junte o açúcar e depois o balsâmico. Prove de sal e pimenta.
Junte as folhas de manjericão esfarripadas, as azeitonas e as alcaparras. Dê-lhe uma volta; está pronto!
Pode comer morno ou frio. Acompanha bem carnes.

Dinah Washington - It's Magic

Album "What A Diff'rence A Day Makes!"




Dinah Washington, nascida Ruth Lee Jones em Tuscaloosa, Alabama, EUA, em 29 de Agosto de 1924. Morreu nova a 14 de Dezembro de 1963, depois de ter casado 8 vezes e se ter divorciado 7.

Rolinhos Primavera

Rolinhos feitos com massa Brick e com um recheio de espargos, presunto e parmesão.
Utilize apenas um folha de massa por rolo. Coza previamente os espargos em água e sal (ou ao vapor) por apenas 4 minutos. Prepare algumas aparas finas de presunto e parmesão e bata um pouco de natas. 
Centre três espargos em cada folha de massa Brick e acrescente, a gosto, presunto e parmesão; Cubra com uma colher de chá de natas batidas (ou em alternativa uma noz de manteiga) e umas gotas de balsâmico. Pode temperar com pimenta de moinho mas, quanto ao sal, tenha em atenção o sabor do presunto; talvez não necessite...
Dobre os lados da massa sobre o recheio e enrole; sele o rolinho pincelando com gema de ovo dissolvida num pouco de água. Pincele também por cima e leve ao forno a 180ºC até estarem dourados e estaladiços. Sirva de imediato; a massa brick endurece depois de arrefecer pelo que deve assegurar-se que são servidos logo que saem do forno.
Dá uma excelente entrada.
N.B. Para trabalhar melhor a massa brick pincele-a previamente com água.

Mousse de queijo Roquefort (ou Gorgonzola) com gelatina doce de pimento.

Para quem é apreciador de queijo e de pimentos esta é uma 
improvável 
extraordi
nária
 combinação de paladares. 
Tentei fazer esta receita com gorgonzola mas as embalagens que encontrei no mercado eram demasiado grandes para as minhas necessidades; por esse motivo e porque a receita não podia aguardar, resolvi avançar com queijo roquefort e ficou igualmente saboroso. O sabor intenso do queijo é suavizado pelo contraste da gelatina 
doce 
de pimento, o que nos permite abusar um pouco mais das tostas com roquefort e resulta numa entrada surpreendentemente agradável para um dia especial.
Gelatina de Pimento
4 pimentos vermelhos assados e limpos
1 copo de açúcar (2,5dl)
1 copo de vinagre de maçã (2,5dl)
2,5 dl de água
4 fls de gelatina
Tire a pele e as sementes dos pimentos assados, lave-os e escorra-os bem da água. Passe-os no liquidificador. Junte o vinagre, o açúcar e o pimento (já processado) leve ao fogo médio até “fazer estrada” e ficar com a consistência de doce.
Junte a gelatina previamente amolecida e dissolvida na água quente. Deixe ferver por cinco minutos mexendo sempre. Deixe arrefecer e reserve no frio.

Mousse de Roquefort
1 embalagem de natas 200g
1 dl de leite
1dl de água morna (para dissolver a gelatina)
½ cubo de caldo de galinha
300 gramas de queijo Roquefort ou Gorgonzola
Sal e pimenta a gosto (cuidado! o queijo já é forte q.b.)
5 folhas de gelatina
Dissolva o caldo de galinha num pouco de leite morno e bata todos os ingredientes da mousse no liquidificador, com excepção da água em que vai dissolver a gelatina previamente amolecida. Depois de tudo batido junte a gelatina dissolvida e misture bem. Vai ao frigorífico, de preferência de um dia para o outro, numa forma untada com azeite.
Desenforme e enfeite com a gelatina de pimento o que pode fazer  com uma pequena colher. Sirva com mini tostas.


Acrílico sobre tela 70 X 70cm;  2010.

Creme de cenoura

Ainda as sopas...
Fiz este creme porque só tinha cenouras em casa e numa pesquisa rápida ao congelador encontrei cubos de abóbora e ervilhas congeladas. Fui fazendo e saiu bem; tão bem que posso dizer que este creme de cenoura, além de excelente, é guloso, muito fácil de fazer e fica bonito no prato.

2 Chalotas
500g de cenouras
200g de abóbora
1,5L de caldo de aves
30ml de azeite
1 colher de sopa de manteiga (facultativo)
Sal, pimenta e ervilhas q.b.
Numa panela faça um fundo com as chalotas picadas e o azeite, a que pode juntar uma colher de sopa de manteiga. Quando a chalota estiver cozida junte as cenouras e a abóbora cortadas em cubos, dê uma mexida e deixe cozer em lume brando com a panela tapada.
Vá espreitando para ver se o lume está suficientemente brando para que coza sem problema e vá juntando o caldo de aves (previamente aquecido) aos poucos, tendo o cuidado de não adicionar caldo em demasia para assegurar a textura do creme que deve ficar denso. Estando tudo cozido retirar do lume e levar ao liquidificador. 
Voltar a colocar o creme ao lume, juntar uma mão cheia de ervilhas (a gosto) e corrigir texturas e temperos - caldo de aves, sal e pimenta branca de moinho. Deixar levantar fervura e cozer as ervilhas; está pronto!

Panos de História

Fomos ver as 4 Tapeçarias de Pastrana ao MNAA. Estão expostas até 12 de Setembro.

Vale a pena ir ver, como vale a pena visitar o museu e descansar no seu belo jardim onde nos podemos sentar e olhar o Tejo a beber um café, ou a comer uma refeição ligeira por um preço decente.
Sobre as tapeçarias o melhor é ir ver e, se a visita não for guiada, comprar previamente, por 1€, o jornal sobre a exposição "A Invenção da Glória", à venda na Loja do Museu; sempre ajuda!

António Filipe Pimentel, Director do MNAA, deixa-nos o desafio

Natureza morta (estudo)



Aguarela sobre papel 29,5 X 21cm;  2009.

Lenny Welch - I'm in the mood for love (1964)

Esqueçam o calor, os incêndios, as cheias, a política, os políticos, os ex-políticos, a Procuradoria Geral da República, os magistrados, os juízes, os advogados, os professores, os militares, os sindicatos, os patrões, os futebolistas, as transferências, os treinadores, os processos, as crises, os juros, os jornalistas, os colunistas, os crimes de todos os tipos e todas as catástrofes; esqueçam tudo e, se não conseguirem por mais tempo, fiquem por exactamente 2' 32'' "in the mood for love".

Cheesecake

Um bolo que não faz concessões às dietas. Um concentrado de calorias a que é difícil resistir. Servido frio é muito bom(bástico)!


Para a Base
1 Pacote de Bolacha Maria (180g)
85g de manteiga
75g de açúcar
30ml de Limoncello (licor de limão)

Para o Creme
500g de queijo creme Mascarpone
150g de açúcar
4 Ovos inteiros
3,5dl de natas
50ml de Limoncello (licor de limão)
Raspa de 1 limão

Parta a bolacha grosseiramente à qual se junta a manteiga derretida, o açúcar e o Limoncello. Amasse tudo (meta a mão) e  forre o fundo de uma forma redonda antiaderente de arco de 26cm, distribuindo a bolacha e calcando com a mão. Leve ao forno pré-aquecido a 200ºC durante 10 minutos. Retire do forno e deixe arrefecer. É uma alternativa segura forrar a forma com papel vegetal.

Bata o queijo com o açúcar, vá juntando os ovos um a um e por fim as natas, a raspa do limão e o licor. Bata muito bem até ficar cremoso. Deite o creme na forma e leve ao forno a 150ºC durante 1 hora, colocando um recipiente com água no tabuleiro inferior. Retire do forno e deixe arrefecer 10 minutos para retirar o arco. Depois de frio vai ao frigorífico pelo menos 4 horas. Finalmente cobre-se com a geleia de framboesas e enfeita-se com um ramo de groselhas.

Geleia de Framboesas para cobrir. (Fazer um glacê forte com compota de framboesas, um pouco de água e açúcar. Deixar ferver para engrossar. Coar para tirar as grainhas e deixar arrefecer.)

Sopa de Espargos com Iogurte

Estamos no Verão e nada melhor que sopas e saladas.
Esta receita é muito agradável (e eu gosto muito de espargos) pois a sopa, que não necessita de ser servida muito quente (pouco mais que morna), faz um excelente contraste com o iogurte frio. 
Vamos a contas.
Ingredientes

7,5dl de bechamel
2 embalagem de espargos frescos (± 800g)
2 colheres de sopa generosas de parmesão ralado
Iogurte natural q.b.
Sal, pimenta q.b.

Para o Bechamel (7,5dl)
45g de manteiga ou margarina
45g de farinha
7,5dl de leite
sal, pimenta e noz-moscada q.b.

Preparação
Faça um bechamel com a manteiga, a farinha, o leite, o sal, a noz-moscada e a pimenta.  Reserve.
À parte coza os espargos previamente arranjados (limpos).
Depois de cozidos leve à liquidificadora com o caldo da cozedura na quantidade necessária para trabalhar os legumes. Reserve o restante caldo.
Passe o creme de espargos para a panela onde vai fazer a sopa, acrescente o bechamel e corrija com o restante caldo mexendo sempre até levantar fervura em temperatura média. Retifique a quantidade de caldo para ter a consistência desejada e corrija temperos.
Junte duas colheres de sopa generosas de parmesão ralado no momento, mexa e retire do lume logo que comece a ferver.
Sirva a sopa com uma colher de sopa de iogurte natural depois de batido. O Iogurte deve ser servido à temperatura do frigorífico.
Não se esqueça que esta sopa pede um copo de branco seco a acompanhar e , sobre tudo, coma devagar...

Férias em Itália



Ver Férias em Itália num mapa maior

De regresso depois de um excelente (e um pouco cansativo por causa do calor) passeio por Itália. Um percurso feito entre Veneza, Florença, Siena, Cinque Terre e Bolonha, recorrendo aos transportes locais e que me deixou agradavelmente surpreendido ao poder confirmar localmente a eficiência dos serviços públicos italianos. Parece que, de facto, aqui a economia e a administração funcionam para além e independentemente da política. 



Da onírica Veneza que dizer, para além de que está sempre bela e sempre cheia de turistas. Optámos por passear muito a pé e por fugir, e nem sempre é possível, ao percurso turístico mais batido. Por isso visitámos alguns dos bairros onde os Venezianos vivem - Sestieri Castello pela Via Garibaldi, San Pietro e sua Isola, San Polo, Dorsoduro, o mercado e também, por sorte, uma festa popular... e respectivas Fondamentas. Veneza conta-nos várias histórias mesmo nos bairros sociais com as suas roupas coloridas penduradas a secar em cordas que atravessam os becos transversais à Via Garibaldi. Por aí há poucos turistas e como os canais nos acompanham ao longo do passeio podemos sempre parar e beber uma birra numa esplanada de venezianos, a olhar o movimento dos barcos. E quando o cansaço aperta e as deslocações são maiores, vamos de vaporeto; vale a pena comprar um bilhete diário e sair onde nos apetece e voltar a entrar as vezes que forem necessárias, sem esquecer de ir ao Lido ver o mar. Temos a certeza que muito ficou por ver e sentir; partimos com a inconfessada esperança de que talvez haja um dia de regresso.


Florença. Visitas programadas apenas a ansiada Galleria degli Uffizi e a Galleria dell'Accademia. Como a primeira visita estava marcada para o dia seguinte acabámos por ir ao Palazzo Pitti logo que chegámos, até para fugir ao calor. Florença é arte e como se não chegasse, em acumulação com o planeado, decorria uma exposição temporária, nos vários locais visitados, de tema "Caravaggio e dei caravaggisti". Ao entrar na primeira sala do Palazzo Pitti dou de caras com o "Baco" de Caravaggio que me tira a respiração e me deixa um nó na garganta. Não tive coragem para me mexer durante o breve minuto que levei a recompor-me, de olhos esbugalhados e a respirar fundo. E foi assim durante dois dias; um excessivo banho de beleza excessiva. Mas ainda tivemos tempo para longos passeios a pé e para nos metermos pelas ruas estreitas à procura das Osterie dei fiorentini. E, finalmente, aproveitámos a ocasional oportunidade de assistir a um bom espectáculo musical com Dalla e De Gregori, ao ar livre, in una calda notte, na Piazza Santa Croce. Boa maneira de nos despedirmos de Florença.


Siena. Calhou assim; visitámos Siena nos dias da Festa do Pálio. A cidade regurgita gente, os Bairros estão em festa e andam pelas ruas a mostrar os seus trajes e cavalos. O calor aperta e refugiamo-nos nos gelados, sempre bons. A Piazza del Campo está preparada para a luta de cavalos e cavaleiros e aí estivemos entre milhares que não arredam pé até os derradeiros minutos da corrida. À noite comemora-se em jantares colectivos ao ar livre. Mas é bom não esquecer de visitar o Duomo que é lindíssimo e a sua Libreria Piccolomini. Foi diferente; aqui a cultura anda pelas ruas. Valeu a pena.


Cinque Terre. Visitar Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare, as cinco localidades alcandoradas na costa escarpada da Liguria e que fazem parte do Parque Natural Cinque Terre. Uma pausa nos percursos artísticos de Itália aqui substituidos pelo confronto com a natureza. E surpreendem-nos, também, estas povoações de difícil acesso, construídas como que para fazer a demonstração da persistência humana, capaz de viver em locais aparentemente agrestes, transformados agora em locais de visita obrigatória para ecologistas retardados e jovens de mochila às costas ansiosos por mudar o mundo. Obrigatório fazer as viagens de barco entre as várias localidades e aproveitar para ir a Portovenere. Um bilhete diário dá para tudo. E não perdemos o passeio da Via dell'Amore entre Riomaggiore e Manarola. É bonito e fácil; muito melhor se for de manhã cedo, quando há poucos turistas, como nós fizemos.


Bolonha. Último destino para passear mais devagar, fazer compras (opção) e apanhar o avião de regresso. A cidade das arcadas. Quilómetros e quilómetros de arcadas que no centro - Via de L'Independenza até à Piazza Maggiore e continuação até à Piazza Cavour - estão repletas de um comércio rico, de belas montras e grandes marcas. Na Piazza Maggiore vale a pena visitar a Collezioni Comunali d'Arte (Palazzo Comunale) e o Museu Morandi; tudo gratuito o que em Itália é uma excepção. No final da tarde sentámo-nos num dos cafés das arcadas da Piazza Maggiore a beber uma cerveja e a olhar o movimento. À noite iria aí decorrer uma sessão integrada num ciclo de cinema italiano promovido pela cinemateca. Boa ideia para o Verão! Ainda espreitámos; estavam a passar o "La Dolce Vita" do Fellini com legendas em francês. Vale a pena tentar apanhar o ambiente da zona universitária passeando pela Via Zamboni, passando pelo Teatro Comunale e explorando praças e transversais. Obtem-se uma bela vista geral e final de despedida de Bolonha indo aos Giardini Regina Margherita, o que é possível viajando nos City Red Bus. Autocarros que fazem uma viagem de 1 hora por toda a cidade, com saídas e entradas livres, no período de um dia, por 10€. Gostámos de Bolonha. Uma cidade aberta onde se respira a juventude da sua universidade.


Este ano não fazemos mais importações.

Tagliatelle de peixe ou marisco

Esta receita é muito flexível pois pode fazer-se com vários tipos de peixe ou marisco ou mesmo uma mistura de ambos. E fica sempre bem...
Também podem incluir-se várias verduras desde o alho francês aos espinafres, passando pelo aipo-nabo.
As minhas duas últimas experiências foram feitas com bacalhau previamente demolhado e confitado ao qual juntei alguns camarões, e salmão fresco a que também juntei camarões.


Vamos ao bacalhau (seis doses).
Azeite, sal e pimenta q.b.
1 chalota
1 dente de alho
1 alho francês
1dl de vinho branco seco
1 pacote de natas
2 lombos de bacalhau confitado
12 camarões grandes ou gambas
1 pacote 500g de tagliatelle com ovo, fresca



Comece por fazer um refogado com um fio de azeite, uma chalota picada e um dente de alho laminado. Deixe cozer 2 minutos e junte um alho francês cortado fino; deixe cozer em lume brando pois não precisa de alourar.
Quando o alho francês estiver cozido abra o refogado com um pouco de vinho branco (até 1dl) e deixe evaporar. Tempere com sal e pimenta de moinho e junte um pacote de natas (200g) e deixe ferver um minuto em lume brando.
Entretanto já deve ter o bacalhau confitado devidamente lascado e sem espinhas - 2 lombos - o que pode ser feito de véspera. Os camarões devem ser cozidos e descascados previamente e podem ficar inteiros ou cortados aos pedaços. Como utilizei camarões grandes optei por os esmagar (só um pouco, para não ficarem desfeitos) com uma pressão feita lateralmente com a faca e depois cortei-os ao meio. Para confitar o bacalhau ver aqui.
O refogado com as natas está pronto e temperado; está na altura de lhe juntar o bacalhau e os camarões e envolver.
Por fim juntar a tagliatelle cozida al dente, o que para uma massa fresca demora aproximadamente 4 minutos. Envolva e sirva de imediato polvilhado com duas colheres de salsa picada. Excelente...
Pode repetir-se tudo substituindo o bacalhau por cubos de salmão fresco salteados, acrescentar ao refogado quatro fatias de aipo-nabo finamente cortadas em juliana, ou ainda juntar uma boa dose de espinafres salteados. Para refeições mais requintadas pode optar-se por lombos de lavagante ou lagosta laminados.
A imaginação e o orçamento são o limite!

Formigas (na cozinha)


Acrilico sobre tela 60X50cm, 2010.

Citação

Manuel Maria Carrilho no DN de hoje:

(...) o desporto, na forma que hoje conhecemos, só surge no século XIX, tendo-se desde então tornado num fenómeno só comparável à religião, nomeadamente pelo modo como se impôs como uma referência global incontornável a todos os povos, sexos e idades.
O melhor mesmo é ler este muito oportuno e interessante texto sobre desporto e em particular sobre futebol, aqui.

Bobó de Camarão

O Bobó de camarão é um prato afro-brasileiro muitíssimo vulgar em terras baianas e que já se vai encontrando por cá com alguma frequência. Consiste num creme de mandioca, também conhecido como aipim, com camarão fresco, leite de coco, azeite de palma (dendê) e, nalgumas versões, amendoim e castanha do Pará (dita castanha do Brasil) torrados e moídos. Esta receita foi obtida depois de uma pesquisa por blogs brasileiros de gastronomia e respectivo balanço conclusivo. Experimentei esta versão que me pareceu simples e que resultou bem. Os portugueses não estão habituados ao gosto da mandioca e do dendê mas, posso assegurar-vos, neste prato resulta excelente.

           


Ingredientes 
2kg de camarão
1kg de mandioca (metade do peso do camarão)
3 Chalotas picadas
4 Colheres de sopa de azeite
500g tomate sem pele nem sementes cortado aos pedaços
2 Colheres (sopa) de coentros picados
1 Lata de leite de coco
2 Colheres de sopa de óleo de palma
Sal e pimenta q.b.

Preparação
Descascar os camarões e reservar. Fazer um caldo aromático com as cascas e cabeças.
Descascar a mandioca retirando a fibra e cozer no caldo aromático de camarão.
Bater a mandioca no liquidificador ou com a varinha mágica, juntando um pouco de caldo de camarão até ficar uma textura cremosa (± uma chávena de caldo para cada quilo de mandioca). Ter em atenção que a massa de mandioca é muito densa, podendo ser difícil de bater no liquidificador; deve fazer-se em pequenas quantidades de cada vez. Reservar a massa de mandioca.
Num tacho alourar a chalota com o azeite. Juntar o tomate e refogar bem. Acrescentar os camarões e os coentros. Temperar com sal e pimenta. Cozinhar em lume brando até que os camarões estejam cozidos. 
Juntar a massa de mandioca, o leite de coco e o óleo de palma. Cozinhar mexendo sempre até que levante fervura. Deve ficar cremoso mas não em demasia. Se necessário juntar um pouco mais de caldo (ou leite de coco, a gosto) até atingir a consistência desejada. Rectificar temperos.
Servir bem quente com arroz branco.

Evolução da palavra latina "coquina"