Sopa de Espargos com Iogurte

Estamos no Verão e nada melhor que sopas e saladas.
Esta receita é muito agradável (e eu gosto muito de espargos) pois a sopa, que não necessita de ser servida muito quente (pouco mais que morna), faz um excelente contraste com o iogurte frio. 
Vamos a contas.
Ingredientes

7,5dl de bechamel
2 embalagem de espargos frescos (± 800g)
2 colheres de sopa generosas de parmesão ralado
Iogurte natural q.b.
Sal, pimenta q.b.

Para o Bechamel (7,5dl)
45g de manteiga ou margarina
45g de farinha
7,5dl de leite
sal, pimenta e noz-moscada q.b.

Preparação
Faça um bechamel com a manteiga, a farinha, o leite, o sal, a noz-moscada e a pimenta.  Reserve.
À parte coza os espargos previamente arranjados (limpos).
Depois de cozidos leve à liquidificadora com o caldo da cozedura na quantidade necessária para trabalhar os legumes. Reserve o restante caldo.
Passe o creme de espargos para a panela onde vai fazer a sopa, acrescente o bechamel e corrija com o restante caldo mexendo sempre até levantar fervura em temperatura média. Retifique a quantidade de caldo para ter a consistência desejada e corrija temperos.
Junte duas colheres de sopa generosas de parmesão ralado no momento, mexa e retire do lume logo que comece a ferver.
Sirva a sopa com uma colher de sopa de iogurte natural depois de batido. O Iogurte deve ser servido à temperatura do frigorífico.
Não se esqueça que esta sopa pede um copo de branco seco a acompanhar e , sobre tudo, coma devagar...

Férias em Itália



Ver Férias em Itália num mapa maior

De regresso depois de um excelente (e um pouco cansativo por causa do calor) passeio por Itália. Um percurso feito entre Veneza, Florença, Siena, Cinque Terre e Bolonha, recorrendo aos transportes locais e que me deixou agradavelmente surpreendido ao poder confirmar localmente a eficiência dos serviços públicos italianos. Parece que, de facto, aqui a economia e a administração funcionam para além e independentemente da política. 



Da onírica Veneza que dizer, para além de que está sempre bela e sempre cheia de turistas. Optámos por passear muito a pé e por fugir, e nem sempre é possível, ao percurso turístico mais batido. Por isso visitámos alguns dos bairros onde os Venezianos vivem - Sestieri Castello pela Via Garibaldi, San Pietro e sua Isola, San Polo, Dorsoduro, o mercado e também, por sorte, uma festa popular... e respectivas Fondamentas. Veneza conta-nos várias histórias mesmo nos bairros sociais com as suas roupas coloridas penduradas a secar em cordas que atravessam os becos transversais à Via Garibaldi. Por aí há poucos turistas e como os canais nos acompanham ao longo do passeio podemos sempre parar e beber uma birra numa esplanada de venezianos, a olhar o movimento dos barcos. E quando o cansaço aperta e as deslocações são maiores, vamos de vaporeto; vale a pena comprar um bilhete diário e sair onde nos apetece e voltar a entrar as vezes que forem necessárias, sem esquecer de ir ao Lido ver o mar. Temos a certeza que muito ficou por ver e sentir; partimos com a inconfessada esperança de que talvez haja um dia de regresso.


Florença. Visitas programadas apenas a ansiada Galleria degli Uffizi e a Galleria dell'Accademia. Como a primeira visita estava marcada para o dia seguinte acabámos por ir ao Palazzo Pitti logo que chegámos, até para fugir ao calor. Florença é arte e como se não chegasse, em acumulação com o planeado, decorria uma exposição temporária, nos vários locais visitados, de tema "Caravaggio e dei caravaggisti". Ao entrar na primeira sala do Palazzo Pitti dou de caras com o "Baco" de Caravaggio que me tira a respiração e me deixa um nó na garganta. Não tive coragem para me mexer durante o breve minuto que levei a recompor-me, de olhos esbugalhados e a respirar fundo. E foi assim durante dois dias; um excessivo banho de beleza excessiva. Mas ainda tivemos tempo para longos passeios a pé e para nos metermos pelas ruas estreitas à procura das Osterie dei fiorentini. E, finalmente, aproveitámos a ocasional oportunidade de assistir a um bom espectáculo musical com Dalla e De Gregori, ao ar livre, in una calda notte, na Piazza Santa Croce. Boa maneira de nos despedirmos de Florença.


Siena. Calhou assim; visitámos Siena nos dias da Festa do Pálio. A cidade regurgita gente, os Bairros estão em festa e andam pelas ruas a mostrar os seus trajes e cavalos. O calor aperta e refugiamo-nos nos gelados, sempre bons. A Piazza del Campo está preparada para a luta de cavalos e cavaleiros e aí estivemos entre milhares que não arredam pé até os derradeiros minutos da corrida. À noite comemora-se em jantares colectivos ao ar livre. Mas é bom não esquecer de visitar o Duomo que é lindíssimo e a sua Libreria Piccolomini. Foi diferente; aqui a cultura anda pelas ruas. Valeu a pena.


Cinque Terre. Visitar Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare, as cinco localidades alcandoradas na costa escarpada da Liguria e que fazem parte do Parque Natural Cinque Terre. Uma pausa nos percursos artísticos de Itália aqui substituidos pelo confronto com a natureza. E surpreendem-nos, também, estas povoações de difícil acesso, construídas como que para fazer a demonstração da persistência humana, capaz de viver em locais aparentemente agrestes, transformados agora em locais de visita obrigatória para ecologistas retardados e jovens de mochila às costas ansiosos por mudar o mundo. Obrigatório fazer as viagens de barco entre as várias localidades e aproveitar para ir a Portovenere. Um bilhete diário dá para tudo. E não perdemos o passeio da Via dell'Amore entre Riomaggiore e Manarola. É bonito e fácil; muito melhor se for de manhã cedo, quando há poucos turistas, como nós fizemos.


Bolonha. Último destino para passear mais devagar, fazer compras (opção) e apanhar o avião de regresso. A cidade das arcadas. Quilómetros e quilómetros de arcadas que no centro - Via de L'Independenza até à Piazza Maggiore e continuação até à Piazza Cavour - estão repletas de um comércio rico, de belas montras e grandes marcas. Na Piazza Maggiore vale a pena visitar a Collezioni Comunali d'Arte (Palazzo Comunale) e o Museu Morandi; tudo gratuito o que em Itália é uma excepção. No final da tarde sentámo-nos num dos cafés das arcadas da Piazza Maggiore a beber uma cerveja e a olhar o movimento. À noite iria aí decorrer uma sessão integrada num ciclo de cinema italiano promovido pela cinemateca. Boa ideia para o Verão! Ainda espreitámos; estavam a passar o "La Dolce Vita" do Fellini com legendas em francês. Vale a pena tentar apanhar o ambiente da zona universitária passeando pela Via Zamboni, passando pelo Teatro Comunale e explorando praças e transversais. Obtem-se uma bela vista geral e final de despedida de Bolonha indo aos Giardini Regina Margherita, o que é possível viajando nos City Red Bus. Autocarros que fazem uma viagem de 1 hora por toda a cidade, com saídas e entradas livres, no período de um dia, por 10€. Gostámos de Bolonha. Uma cidade aberta onde se respira a juventude da sua universidade.


Este ano não fazemos mais importações.

Tagliatelle de peixe ou marisco

Esta receita é muito flexível pois pode fazer-se com vários tipos de peixe ou marisco ou mesmo uma mistura de ambos. E fica sempre bem...
Também podem incluir-se várias verduras desde o alho francês aos espinafres, passando pelo aipo-nabo.
As minhas duas últimas experiências foram feitas com bacalhau previamente demolhado e confitado ao qual juntei alguns camarões, e salmão fresco a que também juntei camarões.


Vamos ao bacalhau (seis doses).
Azeite, sal e pimenta q.b.
1 chalota
1 dente de alho
1 alho francês
1dl de vinho branco seco
1 pacote de natas
2 lombos de bacalhau confitado
12 camarões grandes ou gambas
1 pacote 500g de tagliatelle com ovo, fresca



Comece por fazer um refogado com um fio de azeite, uma chalota picada e um dente de alho laminado. Deixe cozer 2 minutos e junte um alho francês cortado fino; deixe cozer em lume brando pois não precisa de alourar.
Quando o alho francês estiver cozido abra o refogado com um pouco de vinho branco (até 1dl) e deixe evaporar. Tempere com sal e pimenta de moinho e junte um pacote de natas (200g) e deixe ferver um minuto em lume brando.
Entretanto já deve ter o bacalhau confitado devidamente lascado e sem espinhas - 2 lombos - o que pode ser feito de véspera. Os camarões devem ser cozidos e descascados previamente e podem ficar inteiros ou cortados aos pedaços. Como utilizei camarões grandes optei por os esmagar (só um pouco, para não ficarem desfeitos) com uma pressão feita lateralmente com a faca e depois cortei-os ao meio. Para confitar o bacalhau ver aqui.
O refogado com as natas está pronto e temperado; está na altura de lhe juntar o bacalhau e os camarões e envolver.
Por fim juntar a tagliatelle cozida al dente, o que para uma massa fresca demora aproximadamente 4 minutos. Envolva e sirva de imediato polvilhado com duas colheres de salsa picada. Excelente...
Pode repetir-se tudo substituindo o bacalhau por cubos de salmão fresco salteados, acrescentar ao refogado quatro fatias de aipo-nabo finamente cortadas em juliana, ou ainda juntar uma boa dose de espinafres salteados. Para refeições mais requintadas pode optar-se por lombos de lavagante ou lagosta laminados.
A imaginação e o orçamento são o limite!

Formigas (na cozinha)


Acrilico sobre tela 60X50cm, 2010.

Citação

Manuel Maria Carrilho no DN de hoje:

(...) o desporto, na forma que hoje conhecemos, só surge no século XIX, tendo-se desde então tornado num fenómeno só comparável à religião, nomeadamente pelo modo como se impôs como uma referência global incontornável a todos os povos, sexos e idades.
O melhor mesmo é ler este muito oportuno e interessante texto sobre desporto e em particular sobre futebol, aqui.

Bobó de Camarão

O Bobó de camarão é um prato afro-brasileiro muitíssimo vulgar em terras baianas e que já se vai encontrando por cá com alguma frequência. Consiste num creme de mandioca, também conhecido como aipim, com camarão fresco, leite de coco, azeite de palma (dendê) e, nalgumas versões, amendoim e castanha do Pará (dita castanha do Brasil) torrados e moídos. Esta receita foi obtida depois de uma pesquisa por blogs brasileiros de gastronomia e respectivo balanço conclusivo. Experimentei esta versão que me pareceu simples e que resultou bem. Os portugueses não estão habituados ao gosto da mandioca e do dendê mas, posso assegurar-vos, neste prato resulta excelente.

           


Ingredientes 
2kg de camarão
1kg de mandioca (metade do peso do camarão)
3 Chalotas picadas
4 Colheres de sopa de azeite
500g tomate sem pele nem sementes cortado aos pedaços
2 Colheres (sopa) de coentros picados
1 Lata de leite de coco
2 Colheres de sopa de óleo de palma
Sal e pimenta q.b.

Preparação
Descascar os camarões e reservar. Fazer um caldo aromático com as cascas e cabeças.
Descascar a mandioca retirando a fibra e cozer no caldo aromático de camarão.
Bater a mandioca no liquidificador ou com a varinha mágica, juntando um pouco de caldo de camarão até ficar uma textura cremosa (± uma chávena de caldo para cada quilo de mandioca). Ter em atenção que a massa de mandioca é muito densa, podendo ser difícil de bater no liquidificador; deve fazer-se em pequenas quantidades de cada vez. Reservar a massa de mandioca.
Num tacho alourar a chalota com o azeite. Juntar o tomate e refogar bem. Acrescentar os camarões e os coentros. Temperar com sal e pimenta. Cozinhar em lume brando até que os camarões estejam cozidos. 
Juntar a massa de mandioca, o leite de coco e o óleo de palma. Cozinhar mexendo sempre até que levante fervura. Deve ficar cremoso mas não em demasia. Se necessário juntar um pouco mais de caldo (ou leite de coco, a gosto) até atingir a consistência desejada. Rectificar temperos.
Servir bem quente com arroz branco.

Frase para o mês

Na TV,  Mundial é fado
Sem pausas e sem sentido;
De tanto ficar sentado,
Deixa o corpo dorido.
Do barulho de fugir
Estou tão farto como tu.
Resta talvez pedir:




"Mete a vuvuzela no cu !"

Carson McCullers

Sempre encontrei as duas edições da Carson McCullers da antiga Estúdios Cor. A sua primeira obra, "Coração Solitário Caçador", com tradução e prefácio de José Rodrigues Miguéis, editada em 1958 - penso que pela primeira vez; o original é de 1940.



Também os contos da "Balada do Café Triste" com tradução de Cabral do Nascimento e editada no ano seguinte.


Irão ser as minhas próximas releituras...

Salada de salmão fumado, figo e mozzarella

Vem aí o Verão e é bom começar a pensar em saladas, inventar saladas. Já estou a imaginar o gozo que me vai dar a experiência de juntar vários sabores e texturas na procura de um a boa salada para partilhar com os amigos. 
Entretanto vou repetir esta que, não sendo novidade, nem por isso deixa de ser deliciosa; foi uma experiência do Verão passado que foi aprovada com distinção. Só tem que se aguardar que cheguem os figos frescos.


Escolha uma boa mistura de alfaces; junte salmão fumado cortado em quadrados, queijo mozzarella (de leite de búfala) aos bocados e os figos frescos (se possível pingo-de-mel) cortados depois de retirada a pele. Regue tudo com uma vinagreta feita com azeite e vinagre a que se junta um pouco de mostarda, sal e pimenta a gosto.
Acompanhada de um copo de um bom vinho branco seco e uma fatia de pão escuro, dá um excelente refeição ligeira de verão.

Tarte de Morango

Uma excelente Tarte de Morango, fresca e saborosa para os tempos de canícula que aí vêm. Neste caso serviu para pôr as velas no Aniversário do E.
Base
300g de Bolacha Maria triturada
125g de manteiga
1 Ovo inteiro


Recheio
250g de Queijo Mascarpone
2 Iogurtes naturais
125g de Açúcar
150g de Compota de Morango
3 folhas de gelatina
Sumo de meio limão 
Morangos a gosto

Colocar num recipiente a Bolacha Maria triturada, a manteiga derretida e amassar bem. O melhor é fazê-lo com as mãos ou na bimby. Começa-se por envolver a bolacha com a manteiga e posteriormente junta-se o ovo batido por três ou quatro vezes.

Forrar uma tarteira, com esta massa por forma a que fique homogeneamente espalhada e compacta. Levar ao forno a cozer durante 10 minutos a 200ºC (convecção).
À parte misturar o queijo Mascarpone com os iogurtes, acrescentar o açúcar e, depois de bem misturado, juntar as folhas de gelatina previamente demolhadas e dissolvida no sumo de limão.
Assim que a base da tarte tiver arrefecido recheá-la espalhando a compota de morango e pedaços de morango a gosto. Pode escolher-se os morangos mais bonitos para o enfeite e aproveitar todos os pedaços sobrantes para o recheio. As metades mais bonitas servem para o arranjo final da tarte, depois de as pincelar com um pouco da compota para que se mantenham brilhantes.
Cobrir tudo com o creme de Mascarpone e enfeitar com as metades de morango. Se o recheio estiver muito mole levar primeiro ao frigorífico até ficar um pouco mais sólido e só depois enfeitar com os morangos; assim evita-se que os morangos se enterrem no creme.
Levar ao frigorífico pelo menos 4 horas.

O prazer de reler

Agora  que surgem reedições de Carson McCullers renovei o prazer (e que prazer!) da sua leitura recorrendo a uma edição, da desaparecida Estúdios Cor, datada de Junho de 1959. Tradução de Cabral do Nascimento.


"Reflexos nuns olhos de oiro". Trata-se da segunda obra de Carson McCullers, a primeira que encontrei na minha estante desorganizada; irei à procura das outras que por lá tenho da mesma autora. Esta edição vem com um interessante e entusiasmado prefácio de Tennessee Williams. 
Foi em 1979 que encontrei esta e outras edições antigas esquecidas nos fundos de uma estante de uma livraria de Pombal. Comprei-as todas. Ainda tem o preço marcado - 20$00.
Ainda gosto destas coisas!

Os melhores de 2010

Lista em The S. Pellegrino World's 50 Best 2010


3º em 2009, o Restaurante Dinamarquês "Noma" passou, em 2010, para o 1º lugar da tabela dos melhores 50 do ano.


El Bulli fica agora em 2º lugar - se é que esta alteração tem algum significado.


Nº1 – Noma - Strandgade 93, 1401 Copenhagen K, Denmark. -
com a marca do chef Rene Redzepi, um reinventor da cozinha nórdica.

Mau perder

"Mourinho funciona como un técnico universal cuya fórmula sirve igual para Portugal que para Inglaterra o Italia, de manera que le encanta trabajar con mercenarios, jugadores entregados a su manual de autor, excelentes cazarrecompensas en el mercantilizado mundo del fútbol."      Ramon Besa, in EL PAÍS

Salmão em cama de alho francês

Normalmente faço este prato para variar um pouco do estafado salmão grelhado. O salmão é um peixe gordo (e barato) que faz uma alimentação saudável e que, juntamente com a cavala e a sardinha, deve ser comido regularmente. É, no entanto, necessária alguma imaginação para ir variando os processos de confecção; esta é uma forma muito simples de preparar salmão e que resulta num prato muito saboroso.

Podem utilizar-se postas de salmão ou filetes grossos que vêm sem espinhas nem peles e tornam o prato ainda mais atraente.


Para 4 filetes
Começa-se por levar ao lume uma chalota picada (ou uma cebola pequena) e um dente de alho laminado que se deixa cozer num fundo de azeite. Refresca-se com  vinho branco (meio copo) que deve ferver até evaporar um pouco. Junta-se um alho francês cortado finamente, tempera-se de sal e pimenta de moinho e deixa-se apurar até o alho francês estar pronto (se se quiser complicar e ganhar algum requinte adicional, pode incluir-se na receita uma dúzia de alcaparras). Junta-se 1,5 a 2dl de natas frescas que apuram em lume brando. Rectificam-se os temperos e estando apurado reserva-se morno.
Num fio de azeite salteiam-se, em lume vivo, os lombos de salmão previamente temperados com sal, sumo de lima, e pimenta de moinho. Deixa-se o salmão alourar ligeiramente.
Serve-se o salmão sobre uma cama feita com o alho francês sobre o qual se distribui o molho de natas. Pode acrescentar-se um pouco de verde para alegrar o prato - tipo salsa picada. Havendo alcaparras não é necessário.
Acompanha-se a gosto - com uma salada quente de legumes ou com arroz branco (e um branco seco).

O Doce da Io Appolloni

Esta receita é da Io (Giuseppa) Appolloni que passou a ter um espaço semanal no Boas Notícias, que irei acompanhar.
Io Appolloni teve períodos da vida bastante difíceis, em que mostrou a sua fibra de lutadora, altura em que o seu particular dom para a doçaria em muito ajudou.
O seu espaço no Boas Notícias é à terça-feira e foi logo nesta primeira terça (passada) que Io disponibilizou esta receita de uma espécie de Papo de Anjo gigante. É facil de fazer e é daqueles doces que fazem bem ao corpo e ao espírito; só não se recomenda a quem tenha problemas de colesterol.
Fiz, como recomendado, numa forma de 26cm e usei uma de silicone. Onde se diz que os ovos devem ser batidos durante 15 minutos é mesmo 15 minutos, ou até um pouco mais, dependendo da potência da batedora. Deve conseguir-se um creme volumoso e firme de ovos como se consegue com as claras em castelo. Enquanto está no forno cresce bastante mas depois abate durante o arrefecimento. A quantidade de compota de amora deve ser a gosto.



Ingredientes:
18 gemas + 2 claras
2,5dl de calda de açúcar
1 cálice de Cointreau
200g de doce de amora
Bater as gemas com as claras durante 15 minutos. Entretanto, untar uma forma (de 26cm de diâmetro) e pôr o forno a aquecer a 150º com um tabuleiro com água já quente.
Deitar o preparado para a forma e, com uma espátula, alisar a superfície (não bater com a forma para fazer assentar o preparado para não deixar sair o ar que está incorporado). Colocar a forma dentro do tabuleiro. Cozer durante 20 minutos.
Deixar arrefecer ligeiramente e virá-lo ao contrário para um prato.
Agora sim, deixar arrefecer completamente. Regar com a calda de açúcar e o Cointreau misturados.
Pôr o doce no centro do bolo e espalhá-lo com uma colher com movimentos circulares. Com a ajuda de um garfo, puxar o doce para as bermas, formando raios.

Para a calda de açúcar:
500g açúcar
7,5dl de água
casca de 1 limão
1 pau de canela
Pôr os ingredientes ao lume e deixar ferver 30 segundos. Deixar arrefecer e filtrar com um passador de malha fina. Guardar num frasco de vidro no frigorífico.
E pronto. Aqui está o Girassol!

Com Alma

Com alma também se serve arte à mesa. 
Na última quinta-feira e para acabar um dia dedicado à arte, acabei sentado, com boa companhia, no Restaurante Alma.


Henrique Sá Pessoa para além de um excelente Chef é também um bom anfitrião. Depois dos cumprimentos próprios de quem tinha este encontro aprazado há já algum tempo, entreguei-me nas suas mãos. Em boa hora o fiz; quatro demonstrações de bom gosto e melhor execução que terminaram com uma espécie de granizado para limpar o palato e uma sobremesa. Tudo acompanhado de vinhos que surgiram perfeitos trazidos por mão sábia nestes preceitos.

Para não esquecer aqui fica o registo.

1. Vieiras salteadas em puré de couve-flor enfeitado com tiras de cogumelos salteados que me pareceram morilles. Tudo levemente condimentado com um olho que tive dificuldade em identificar mas que eu diria que era um apurado de vitela(?). Se pensarmos na preferência do Chef pelas combinações Terra/Mar, nada de espantar. Combinação de excelente resultado com um empratamento simples e bonito.

2. Camarão salteado com creme de avelã em cama de cogumelos laminados. Tudo acompanhado de um creme generoso e denso de cogumelos. O camarão mal passado, com deve ser, e boa textura e sapidez dos cremes. Muito Bom.

3. Lombo de atum fresco salteado e fatiado acompanhado de rebentos de soja e cogumelos shiitake salteados, tudo temperado com caldo de galinha aromatizado com gengibre. Mais uma original combinação  de perfumes terra/mar. A textura do atum faz um excelente contraste com o crocante dos rebentos de soja. Estamos em crescendo.

4. Leitão confitado com batata doce, couve chinesa e juice e gomos de laranja. Foi o molto fortissimo final; o leitão confitado, saborosíssimo, vem enrolado na (sua) pele estaladiça, contrastado pelos sabores adocicados da batata doce e da laranja. Rendido!

Depois uma espécie de granizado suave de caipirinha como um ligeira cobertura de morango picado, agradável para renovar sensibilidades palatais. Concluiu-se com um Strudel de maçãs e passas servido morno e amaciado por uma dose de gelado de avelã e canela. Excelente remate.

Doses acertadas para quem tem que degustar tanta coisa e quer acabar saciado sem dar lugar a excessos.  Tudo sob um eficaz e simpático serviço com tempos de espera q.b. entre cada prato.

Meu caro Henrique Sá Pessoa - como lhe disse à saída - estou rendido e vou voltar. Parabéns!

Sem Rede

É o nome da exposição temporária de Joana Vasconcelos que está no Museu Berardo - CCB.
O gigantismo como linguagem e/ou como forma de robustecer uma ideia; a aproximação/desinformalização pelos materiais.
A não perder... só até 18/05/2010, a entrada é gratuita.


No mesmo local e até 25/04/2010 está também Robert Longo "Uma Retrospectiva". Obras de grande dimensão principalmente a carvão sobre papel; técnica no mínimo surpreendente!

El Bulli - Ferran Adrià

O Restaurante El Bulli estará encerrado durante os anos de 2012 e 2013, reabrindo em 2014 como Fundação dedicada à promoção de ideias e talentos na área gastronómica. Ferran Adrià irá dedicar-se a repensar o seu projecto global, ao mesmo tempo que desenvolverá outras actividades como, por exemplo, dedicar-se ao ensino da sua arte na Universidade de Harvard.

Até lá ficamos a olhar...




Lombos de Bacalhau Confitado com Fricassé de Coentros


Para confitar o Bacalhau
4 Lombos de Bacalhau demolhado e limpo
Azeite Virgem Extra q.b.
4 dentes de alho em camisa
1 Folha de Louro
Pimenta preta em grão e Tomilho em haste q.b.
Assegure-se que o bacalhau está seco limpando-o com um pouco de papel de cozinha se necessário.
Coloque o bacalhau em tabuleiro de tamanho adequado para que os lombos fiquem juntos (como forma de poupar azeite) e junte os alhos em camisa, pimenta preta em grão, a folha de louro e o tomilho. Regue com o azeite virgem até praticamente cobrir os lombos.
Cozinhe em forno previamente aquecido a 150ºC cerca de 45 minutos.
Retire os lombos do azeite que vai ser coado e aproveitado. O caldo de bacalhau que se forma no fundo do tabuleiro também deve ser reservado para fazer o fricassé.

Para o Fricassé
1,5dl de azeite de confitar o bacalhau
1 Cebola média
2 Gemas
2dl do caldo de confitar o bacalhau
Sumo de meio limão
Meio ramo de coentros
Sal e pimenta q.b.
Faça um fundo de azeite com a cebola cortada finamente em meias luas e deixe cozer. Entretanto misture as gemas com o sumo de limão e um pouco de caldo de bacalhau. Em lume brando junte a mistura das gemas ao fundo de azeite e cebola mexendo sempre para engrossar. Se necessário junte um pouco mais de caldo. Acrescente os coentros picados e corrija os temperos.
Emprate a gosto acompanhando com bata assada e brócolos ou grelos ou sirva em travessa cobrindo os lombos com o fricassé.


Se não podemos recusar aceitamos, não é?

Negócios online - Parlamento Europeu dá "luz verde" a Vítor Constâncio

A Bola - BCE: Nomeação de Constâncio aprovada no PE


Diário de Notícias - Parlamento Europeu aprova nomeação de Vítor Constâncio

Público - Parlamento Europeu aceita Constâncio no BCE

Jornal de Notícias - Parlamento Europeu aprovou Constâncio


Diário Económico - Pamento europeu quer constâncio no BCE até 2018.

Correio da Manhã
- Constâncio confirmado no Banco Central Europeu

Que futuro?

Vale a pena ler o artigo de hoje de Manuel Maria Carrilho no Público.
De facto, como bem realça, as questões que circulam diariamente no menu político dos media pouco ou nada acrescentam à urgente necessidade de pensar o futuro e as alternativas da sua construção:
(...)esta novidade se impõe numa situação difícil mas incontornável, que se caracteriza pela alternativa entre uma opção de crescimento que conserva o modelo ocidental mas que se sabe incompatível a prazo com a sobrevivência do planeta - é a opção dos BRIC e de tantos outros países emergentes. E a da procura de outra opção, que se liberte do modelo global de um inverosímil crescimento perpétuo, assente num consumo sem fim e num crédito sem limites(...)
(...)Será possível equacionar uma nova ideia de progresso, fora do eixo produtivismo/consumismo?(...)
e a resposta passa pelas actuais três utopias em confronto,
1) A utopia ecológica, que procura estabelecer regras universais que garantam o equilíbrio do planeta - e que sofreu um grande revés com o fracasso de Copenhaga. 
2) A utopia tecnológica, que aposta sobretudo em "esverdear"o crescimento, acreditando que a humanidade acaba sempre por encontrar soluções técnicas para os seus problemas, nomeadamente para aqueles que decorrem das crises de escassez.
E 3) a utopia antropológica, que procura estimular uma reflexão de fundo sobre o modo de vida das nossas sociedades, as raízes e os efeitos da extrema dependência em relação ao hiperconsumo nos modelos de vida hoje dominantes.(...)
E depois de o ler a pergunta que me surge de imediato é, e os nossos políticos que pensam disto?

Mas, não foi sempre assim?

"(...)Acabou o tempo em que enriquecer era um valor absoluto e a medida de todos os sucessos. O credo neoliberal acabou e é preciso saber retirar as consequências. A equidade, a justiça, a solidariedade são os únicos valores que nos podem retirar dos tempos difíceis que atravessamos. A coesão social só será possível se as coisas deixarem de ser feitas apenas em nome do lucro dos accionistas ou da criação das condições "económicas" perfeitas para as empresas. Tem de aumentar a responsabilidade social das empresas e tem de melhorar o nível de repartição da riqueza(...)"
TS in Público 24.03.10

Camarão e Caviar em Creme de Espargos

Ainda do Livro "À mesa com os Chefs Europeus", uma entrada que combina paladares de forma perfeita; proposta do Chef belga Jan Buytaert.

Receita para 4 pessoas

1 Batata
1 Litro de caldo de aves
200ml de natas batidas
100g de manteiga
Manteiga para saltear q.b.
Noz-moscada moída, sal e pimenta q.b.
24 Camarões
75 g de caviar (ou sucedâneo)
20 Espargos verdes
1 Alho francês
1 Cebola

Preparar os espargos – descascar e partir os pés (ver “ Espargos gratinados com presunto e parmesão”), – e cortá-los ao meio. Reservar as metades da pontas e alourar as restantes metades em manteiga, juntamente com o alho francês cortado em pedaços maiores e a cebola cortada grosseiramente. Adicionar o caldo de aves e uma batata descascada cortada em quarto. Deixar ferver durante 45 minutos em lume brando até os legumes estarem bem tenros. Se necessário juntar um pouco mais de caldo.
Cozer as pontas dos espargos ao vapor e reservar. Não esquecer que devem ficar al dente.
Descascar os camarões temperar com sal e pimenta e saltear em manteiga em lume vivo. Reservar. 
Preparar um creme de legumes passando os legumes cozidos pela liquidificadora e temperar com sal e pimenta. Acrescentar um pouco de noz-moscada e deixar arrefecer.
Misturar o creme de legumes com as natas batidas doseando para obter um creme macio e juntar o caviar. 
Numa travessa ou num prato largo e fundo dispor as pontas de espargos. Colocar os camarões por cima e espalhar o creme de legumes e caviar. Pode-se enfeitar com as cabeças dos camarões salteadas em manteiga. Servir de imediato morno ou à temperatura ambiente. 

Uma boa e rica alternativa é fazer este prato substituindo os camarões por lombos de lavagante laminados a gosto.

Lisboa - Sra. do Monte

Shirley Bassey já não vai em estórias.



Propellerheads - History Repeating

O segredo de justiça tem solução

Nuno Garoupa 
O segredo de justiça tem solução, in Jornal de Negócios online
"Como se explica então que o regime norte-americano mais aberto e muito menos restritivo produza menos violações que o nosso regime draconiano? Pois porque simplesmente funciona. Todos sabemos quem está na origem das violações, o procurador responsável pelo processo. Evidentemente que muitas vezes não é o procurador quem directamente viola o segredo de justiça, mas sobre ele cai a responsabilidade processual de o proteger. Nos Estados Unidos, quando há uma violação grave e óbvia do segredo de justiça, o procurador responsável é exemplarmente castigado por desobediência ao tribunal. O procurador falhou o seu dever de proteger o segredo de justiça."
Professor de Direito da University of Illinois

Evolução da palavra latina "coquina"